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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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Leonilson volta à galeria que o lançou no início da década de 80

DA REPORTAGEM LOCAL

A galerista Luisa Strina gosta de lembrar que foi ela quem lançou o artista José Leonilson (1957-1993), em São Paulo. "No início dos anos 80, o Antonio Dias, que conhecia Leonilson, indicou-o para mim. O Leo tinha exposto com sucesso em Milão e veio aqui. Adorei suas obras e começamos a trabalhar", afirma a galerista. Na mesma época, Thomas Cohn começou a trabalhar com o artista, no Rio.
Como ocorre em grande parte das relações entre artista e galerista, Strina e Leonilson viveram momentos tensos, até que, em março de 91, Leonilson decidiu sair da galeria e ir trabalhar com Regina Boni, na galeria São Paulo.
Agora, 12 anos depois, Leonilson volta à Luisa Strina, numa mostra que lembra os dez anos de sua morte -em decorrência da Aids- com 45 trabalhos, entre desenhos, pinturas, bordados e objetos, alguns referências importantes de sua obra, como "São Tantas as Verdades", que dá nome ao livro de Lisette Lagnado sobre o artista.
Apenas cerca de metade das obras está à venda. "Quis fazer uma homenagem, reunindo trabalhos significativos e alguns disponíveis à venda", conta Strina. Entre eles, "Voilà Mon Coeur" (Aqui Está Meu Coração), um bordado com cristais sobre feltro, resume a forma como Leonilson mantinha sua relação polêmica com a galerista e unia vida e arte de forma particular.
A obra, exposta em 89, foi vendida por US$ 400, mas um amigo desafiou Leonilson: "Você vendeu seu coração?". O artista foi à galeria, tirou a obra da parede, após discutir com Strina, e mandou o trabalho ao amigo. Agora, com a exposição, o amigo vende o coração de Leonilson por US$ 50 mil, o trabalho mais caro entre os apresentados. Já "Fique Firme, Seja Forte", que dá título à mostra, não está à venda. "Este eu vou dar para um amigo, pois pensei nele ao dar o nome da exposição", diz Strina. (FCY)


FIQUE FIRME, SEJA FORTE. Mostra com 45 obras de Leonilson. Onde: galeria Luisa Strina (r. Oscar Freire, 502, tel. 3088-2471). Quando: abertura hoje, às 19h; seg./sex., 10h/19h; sáb., 10h/17h. Até 31/7. Quanto: entrada franca; obras de US$ 3.000 a US$ 50 mil.


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