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Leonilson volta à galeria que o lançou no início da década de 80
DA REPORTAGEM LOCAL
A galerista Luisa Strina gosta de
lembrar que foi ela quem lançou o
artista José Leonilson (1957-1993),
em São Paulo. "No início dos anos
80, o Antonio Dias, que conhecia
Leonilson, indicou-o para mim. O
Leo tinha exposto com sucesso
em Milão e veio aqui. Adorei suas
obras e começamos a trabalhar",
afirma a galerista. Na mesma época, Thomas Cohn começou a trabalhar com o artista, no Rio.
Como ocorre em grande parte
das relações entre artista e galerista, Strina e Leonilson viveram
momentos tensos, até que, em
março de 91, Leonilson decidiu
sair da galeria e ir trabalhar com
Regina Boni, na galeria São Paulo.
Agora, 12 anos depois, Leonilson volta à Luisa Strina, numa
mostra que lembra os dez anos de
sua morte -em decorrência da
Aids- com 45 trabalhos, entre
desenhos, pinturas, bordados e
objetos, alguns referências importantes de sua obra, como "São
Tantas as Verdades", que dá nome ao livro de Lisette Lagnado sobre o artista.
Apenas cerca de metade das
obras está à venda. "Quis fazer
uma homenagem, reunindo trabalhos significativos e alguns disponíveis à venda", conta Strina.
Entre eles, "Voilà Mon Coeur"
(Aqui Está Meu Coração), um
bordado com cristais sobre feltro,
resume a forma como Leonilson
mantinha sua relação polêmica
com a galerista e unia vida e arte
de forma particular.
A obra, exposta em 89, foi vendida por US$ 400, mas um amigo
desafiou Leonilson: "Você vendeu seu coração?". O artista foi à
galeria, tirou a obra da parede,
após discutir com Strina, e mandou o trabalho ao amigo. Agora,
com a exposição, o amigo vende o
coração de Leonilson por US$ 50
mil, o trabalho mais caro entre os
apresentados. Já "Fique Firme,
Seja Forte", que dá título à mostra, não está à venda. "Este eu vou
dar para um amigo, pois pensei
nele ao dar o nome da exposição",
diz Strina.
(FCY)
FIQUE FIRME, SEJA FORTE. Mostra com
45 obras de Leonilson. Onde: galeria
Luisa Strina (r. Oscar Freire, 502, tel.
3088-2471). Quando: abertura hoje, às
19h; seg./sex., 10h/19h; sáb., 10h/17h.
Até 31/7. Quanto: entrada franca; obras
de US$ 3.000 a US$ 50 mil.
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