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Crítica/"Separados pelo Casamento"
Longa é terapia de choque para casais que não combinam
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na fórmula da comédia
romântica, o final feliz
após vários desencontros que quase impedem a
união de um casal é um daqueles elementos que reforçam a
vocação escapista própria da
essência do cinema. Nada melhor do que entrar na sala e ser
transportado para longe dos
aborrecimentos do dia-a-dia.
Causa surpresa então que um
sucesso de bilheteria como "Separados pelo Casamento" seja
uma anti-comédia romântica,
apesar de conter quase todos os
elementos desse gênero. Trata-se de um filme desagradável.
Jennifer Aniston e Vince
Vaughn levam para a sala escura do cinema todas as amargas
questões da sala de estar de
uma relação amorosa falida.
Após dois anos morando em
um descolado apartamento, as
diferenças se tornam incontornáveis. Ele, um ogro que adora
ficar atolado no sofá jogando videogame. Ela, uma chatinha
que deseja mais consideração
desse Shrek que nunca se oferece para lavar a louça. Surgirá
a gota d'água, e Aniston decide
terminar a relação -apenas um
artifício para que Vaughn repense seu modo de ser.
"Separados pelo Casamento"
provocará mais risos amarelos
e constrangidos. Afinal, o que
há de tão engraçado em ver um
casal brigando por coisas tão
triviais? Comédia deprê nesse
sentido, funciona como uma terapia de choque para casais que
simplesmente não combinam.
Uma relação não deixa de ser
uma Guerra Fria, cheia de
ações diplomáticas em que ir ao
balé só para agradar a parceira,
mesmo que você não suporte
balé, é algo que pode definir
com quem você vai dividir o teto na alegria e na tristeza.
SEPARADOS PELO
CASAMENTO
Direção: Peyton Reed
Com: Vince Vaughn e Jennifer Aniston
Quando: em cartaz nos cines Frei
Caneca, Kinoplex Itaim e circuito
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