São Paulo, quarta-feira, 03 de agosto de 2011

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros Mostra destaca trabalhos sobre urbanismo "de boas intenções" Pedestres em vez de carros são foco de novos desenhos urbanos SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO No lugar da alta velocidade das metrópoles, um novo urbanismo tenta privilegiar as chamadas mobilidades doces, passeios a pé ou de bicicleta ou tudo que dependa menos dos automóveis. Surgem nas novas cidades os tais "hipercaminhantes", pedestres munidos de celulares inteligentes, tênis confortáveis e todo um arsenal que exalta o nomadismo em detrimento do enraizamento. Esse mundo fluido é a proposta de uma exposição agora no Museu da Casa Brasileira, que tenta reunir exemplos bons e ruins da vida urbana e seus dramas no século 21. Focados na ideia de ruas que devem ter olhos, lançada pela norte-americana Jane Jacobs, que sugeria uma ocupação constante das calçadas para gerar uma sensação de segurança, arquitetos propõem parques lineares, bulevares urbanos e passagens e vias para pedestres. Christian de Portzamparc inventou a cidade-jardim do século 21 num bairro de Mont-pellier, com pátios internos, uma espécie de pulmão verde e área de habitação social. Na mesma linha, projetos na Holanda, como o cais do Reno, em Arnhem, também trabalham a hierarquização de mobilidades determinada por um parque linear, que aparece noutro projeto holandês, na cidade de Haarlem. Ruas também viram alamedas ou parques que servem de passagem em projetos como o novo centro financeiro de Zhenru, em Xangai, ou o distrito de Songdo, com canais aquáticos, perto de Seul. Mas uma parte alarmante da mostra dá um destaque descabido a projetos de galerias urbanas, ou shoppings melhorados, em cidades como Lyon, Tóquio e Milão. Dá a entender que, mesmo nesse urbanismo cheio de boas intenções, o espaço público, denso demais, acaba sendo preterido por falsas vias cobertas, o privado que acaba simulando o público. A RUA É NOSSA... É DE TODOS NÓS! QUANDO de ter. a dom., das 10h às 18h; até 11/9 ONDE MCB (av. Brig. Faria Lima, 2.705, tel. 3032-3727) QUANTO grátis Texto Anterior: Tetralogia faz discurso poético reinar absoluto Índice | Comunicar Erros

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