São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Gainsbourg chega em versão brasileira

Espetáculo da Orquestra Imperial, que terá Jane Birkin e Caetano Veloso, teve seus ingressos esgotados em duas horas

Sob a batuta do maestro francês Jean-Claude Vannier, ensaios duraram duas semanas e geraram espécie de "choque cultural"

Divulgação
Jane Birkin, ex-mulher de Serge Gainsbourg, que participa dos shows com a Orquestra Imperial e faz dueto com Caetano Veloso

MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Orquestra Imperial, veja só, teve de entrar na linha. Nas duas semanas de ensaios que precederam os shows de hoje e amanhã no Sesc Pinheiros (e que tiveram ingressos esgotados em cerca de duas horas), os quase 20 músicos da superbanda carioca foram levados a mudar radicalmente a maneira com que estavam acostumados a fazer música.
É a primeira vez, nesses sete anos de existência, que eles têm um maestro que os comande, os dirija, os formate -verbos que até aqui não constavam do dicionário da turma.
Abriram tamanha exceção especialmente para o projeto "Gainsbourg Imperial", que leva para o mesmo palco a Orquestra, as canções do francês Serge Gainsbourg e as participações vocais de Jane Birkin e Caetano Veloso. E ele, o maestro Jean-Claude Vannier.
Arranjador original do álbum "Histoire de Melody Nelson" (1971), uma das obras-primas de Gainsbourg, Vannier está promovendo nos ensaios brasileiros o que os músicos chamam de "choque cultural".
"Ele chegou aqui achando que a gente era realmente uma orquestra mesmo, no sentido clássico da palavra", diz Nina Becker, vocalista da banda. "E foi nisso que nos transformou."
Artista ligado ao mundo do espetáculo, Vannier trouxe consigo sua filha, Virginie Vannier, que trabalha como preparadora de atores de teatro na França. Ela o ajuda na direção dos "atores" em cena.
O próprio maestro indica aos vocalistas detalhes de como cada canção deve ser interpretada. E dá palpites até no figurino. "Não esqueça de vir com uma roupa bem sexy", recomendou a Nina.
Thalma de Freitas, a outra vocalista da O.I., considera essa experiência em rédeas curtas "uma riqueza" para o grupo. "O nosso trabalho nunca teve muita regra, os arranjos que a gente fez foram sempre espontâneos, muitas vezes nascidos de uma piada", diz. "E agora a gente ensaia muito, ele repassa várias vezes, ele volta. O Jean-Claude está funcionando como a nossa "supernanny"."

Projeto antigo
Quem faz o meio-campo entre os músicos e o maestro é o também francês Stephane San Juan, baterista da Orquestra Imperial que mora no Brasil há quase uma década. E é dele a ideia original do projeto, que estava programado para acontecer em 2005, no Ano do Brasil na França, mas só conseguiu se resolver de fato agora, no Ano da França no Brasil.
Nomeado diretor artístico do espetáculo, cabe a San Juan fazer as vezes de intérprete e conciliar os dois mundos. "Ele é nosso tradutor e diplomata", conta Thalma. "Nos ensaios, é ele que sai do estúdio e vai lá fora, no bar, buscar a turma que ficou ocupada na cerveja."


GAINSBOURG IMPERIAL

Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 3095-9400)
Quanto: ingressos esgotados
Classificação: 10 anos




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