São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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PATRIMÔNIO

Sediada em casarão tombado do século 19, Usina Paulistana de Artes vai receber exposições, debates e oficinas

Bexiga inaugura novo espaço cultural

Renato Stockler/Folha Imagem
Régis Santos, idealizador da Usina Paulistana de Artes, na fachada do casarão onde é inaugurado o novo pólo cultural do centro


DA REPORTAGEM LOCAL

O Bexiga ganha mais uma instituição cultural. A Usina Paulistana de Artes, que será inaugurada hoje, às 20h, na rua São Domingos, reúne espaço para exposições, debates, oficinas e cursos.
O idealizador do projeto é o ator, diretor e professor Régis Santos. Um dos fundadores da companhia Teatro X, sediada na praça Roosevelt, Santos fez parte, durante seis anos, do grupo Os Satyros, outro inquilino da praça.
"Quando pensei em montar o espaço, quis um lugar que contribuísse para a revitalização do centro. Além de ter uma história com o teatro, o Bexiga fica no entorno, é uma periferia dentro da região central", diz Santos.
Construído em 1889 e tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico, o casarão de cinco salas foi alugado e reformado.
Para ocupá-lo, o idealizador do projeto ativou sua rede de amizades. Chamou um colega com quem já havia trabalhado no teatro, outro com quem havia feito um filme, o amigo de um amigo, e assim conseguiu viabilizar uma extensa programação.
A primeira atividade do novo centro cultural será o encontro "O Cinema na São Paulo do Século 21", hoje às 20h30. Os participantes da mesa serão os cineastas Carlos Reichenbach ("Alma Corsária") e Alexandre Stockler ("Cama de Gato"), o cineasta e dramaturgo Rubens Ewald e a apresentadora de TV Marina Person.
Amanhã, também às 20h30, é a vez do encontro "Teatro - Resistência e Realizações", com o diretor da cia. Teatro X, Paulo Fabiano, o diretor, dramaturgo e ator Mário Bortolotto (do Cemitério de Automóveis), o roteirista e dramaturgo (e colunista da Folha) Fernando Bonassi, o diretor Chiquinho Medeiros e o diretor e dramaturgo Gerson Steves.
Para participar dos dois eventos, com apenas cem lugares disponíveis, é necessário agendar lugar previamente por telefone.
A inauguração deve contar ainda com exposições de material publicado pela revista "Dr.Chico" (www.revistadrchico.com.br), gravuras de Ivald Granato, ilustrações do cartunista Angeli e do cineasta Julio Bressane, esculturas de Marina Bastos e fotografias de Flávia Dantas.
Intervenções musicais (com Édria Barbieri e Eliane Pelegrini) e teatrais (com os clowns Raul Figueiredo, Priscila Figueiredo e Eliane Palegrini) e um número de flamenco, dirigido por Cylla Alonso, estão agendados para a abertura de hoje.
Apesar de todas essas atrações de inauguração, o forte do novo espaço são os cursos. Há atividades programadas até o meio do ano que vem.
Boa parte dessas aulas serão ministradas por profissionais do meio teatral, a maioria amigos escalados por Santos. "Chamei meus colegas, gente com currículo bacana para dar aula", conta.
Improvisação, interpretação, atuação para cinema e vídeo, direção teatral e iluminação cênica são alguns dos temas que devem ser abordados nos cursos.
Não é só o teatro, no entanto, que vai fazer a Usina funcionar. Criação literária, interpretação de texto, fotografia, tai chi chuan, desenho, música, xadrez e até pilates deverão ocupar as salas do casarão na região central.
Santos prevê também uma série de atividades dirigidas ao público de baixa renda, moradores da região ou não.
O projeto Inclusão Usina está em elaboração e deve estar em funcionamento a partir do ano que vem. A idéia é abrir as portas para promoção de cursos de arte gratuitos (como aulas de dança de salão e teatro).


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