São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

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CRÍTICA DRAMA

"Um Homem que Grita" tira sua força do sentido político

Divulgação
O ator Youssouf Djaoro em cena de "Um Homem que Grita"

DE SÃO PAULO

É certo que um filme deve ser avaliado, simplesmente, pelo que apresenta na tela.
Mas é certo também que a cultura, se quer de fato intervir na sociedade, não pode desconsiderar a política. E é política parte da emoção que "Um Homem que Grita" provoca. Teve também significado político o Prêmio do Júri que o filme recebeu no último Festival de Cannes.
Fazia 13 anos que uma produção africana não era projetada na Croisette. Ao subir ao palco para receber o prêmio, o diretor Mahamat Saleh Haroun emocionou a plateia ao dizer: "Venho de um país onde não temos quase nada. Mas, neste momento, há minha mãe, que vai ver este prêmio, há o Chade... e eu queria mandar um beijo para todos eles".
O discurso de Haroum foi simples e sincero, exatamente como é seu filme. "Um Homem que Grita" nos apresenta à tragédia da guerra civil por meio da história de Adam (Youssouf Djaoro), um ex-campeão de natação que se vê obrigado a abandonar o emprego nas piscinas de um hotel para dar lugar ao filho.
Pressionado entre a violência e a religião, Adam é um retrato da passagem do tempo. Não se trata de qualquer tempo. O herói construído por Haroum atravessou a vida num país que viu a guerra devastar a sociedade, mas também as intimidades.
(ANA PAULA SOUSA)

UM HOMEM QUE GRITA

DIREÇÃO Mahamat Saleh Haroun
QUANDO hoje, às 20h30, no Cine Livraria Cultura 1; e amanhã, às 16h, no Cinesesc
CLASSIFICAÇÃO 18 anos
AVALIAÇÃO bom


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