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CRÍTICA DRAMA
"Um Homem que Grita" tira sua força do sentido político
Divulgação
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O ator Youssouf Djaoro em cena de "Um Homem que Grita"
DE SÃO PAULO
É certo que um filme deve
ser avaliado, simplesmente,
pelo que apresenta na tela.
Mas é certo também que a
cultura, se quer de fato intervir na sociedade, não pode
desconsiderar a política.
E é política parte da emoção que "Um Homem que
Grita" provoca. Teve também
significado político o Prêmio
do Júri que o filme recebeu
no último Festival de Cannes.
Fazia 13 anos que uma produção africana não era projetada na Croisette.
Ao subir ao palco para receber o prêmio, o diretor Mahamat Saleh Haroun emocionou a plateia ao dizer: "Venho de um país onde não temos quase nada. Mas, neste
momento, há minha mãe,
que vai ver este prêmio, há o
Chade... e eu queria mandar
um beijo para todos eles".
O discurso de Haroum foi
simples e sincero, exatamente como é seu filme.
"Um Homem que Grita"
nos apresenta à tragédia da
guerra civil por meio da história de Adam (Youssouf
Djaoro), um ex-campeão de
natação que se vê obrigado a
abandonar o emprego nas
piscinas de um hotel para dar
lugar ao filho.
Pressionado entre a violência e a religião, Adam é
um retrato da passagem do
tempo. Não se trata de qualquer tempo. O herói construído por Haroum atravessou a
vida num país que viu a guerra devastar a sociedade, mas
também as intimidades.
(ANA PAULA SOUSA)
UM HOMEM QUE GRITA
DIREÇÃO Mahamat Saleh Haroun
QUANDO hoje, às 20h30, no Cine
Livraria Cultura 1; e amanhã, às
16h, no Cinesesc
CLASSIFICAÇÃO 18 anos
AVALIAÇÃO bom
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