São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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MÚSICA

Gravadora, que passa a ser distribuidora e investe na MPB vocal, promove apresentação com artistas de seu elenco

Maritaca inaugura nova etapa com show

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
A artista paulista Lia Chaia ao lado de sua instalação "Vereda", que inaugura hoje o espaço Sítio, localizado no bairro de Pinheiros


PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

O selo paulistano Maritaca já tem sete anos, mas inaugura hoje uma nova etapa, transformando-se também em distribuidora de discos e passando a investir em MPB vocal, e não só na música instrumental que vinha sendo seu nicho principal.
Com um show quádruplo hoje no Sesc Pompéia, o selo dirigido por Léa Freire apresenta os quatro primeiros CDs da nova fase. O carro-chefe é uma volta endiabrada do violonista e compositor carioca Theo de Barros, 61, que se solidificou na geração dos festivais de MPB que ocorreram na década de 60.
Ali, seu momento de auge foi a vitoriosa "Disparada" (66), composta com Geraldo Vandré. Theo estava no palco também como integrante do Quarteto Novo, com Hermeto Pascoal, Airto Moreira e Heraldo do Monte.
No novo "Theo", ele se põe também a cantar, ao mesmo tempo em que apresenta temas instrumentais e convida vocalistas como Mônica Salmaso, Renato Braz, Tatiana Parra e o forte Ricardo Barros. Entre os músicos, destacam-se Caito Marcondes, na percussão, e o ex-colega de Quarteto Novo Heraldo do Monte, na viola caipira.
O disco se funda em material inédito -selecionado num universo de cerca de 150 novas composições, segundo o autor. Um dos letristas do CD é Paulo César Pinheiro, que lançou recentemente o inspirado "O Lamento do Samba".

Instrumental
A maratona de hoje no Sesc Pompéia promete ser longa e irregular. Baixista de "Theo", o santista Arismar do Espírito Santo, 47, apresenta seu "Dez Anos", mais condicionado ao formato instrumental habitual do Maritaca. Dois ex-Quarteto Novo participam do CD: Heraldo do Monte, na guitarra de "Neguinha", e Hermeto Pascoal, como arranjador.
O disco, seu primeiro registro solo, na verdade havia sido lançado originalmente em 1994 pela gravadora Velas e ganhou o Prêmio Sharp de melhor álbum instrumental naquele ano. Ganha nova chance nos 30 anos de carreira do baixista.
O cantor, compositor e guitarrista paulista (de Ribeirão Preto) Filó Machado, 53, mostra "Jazz de Senzala", seu nono álbum, com arranjos dele e de Theo de Barros e regravações da MPB rígida de "Procissão" (Gilberto Gil), "Menino das Laranjas" (Theo de Barros) e "Notícias do Brasil" (Milton Nascimento-Fernando Brant).

Jazz
E há ainda o show da cantora e compositora Guzzi, 39, filha do contrabaixista Pete Woolley, que só agora lança seu álbum de estréia, homônimo. Dizendo que suas divas são Ella Fitzgerald e Donna Summer, ela se dedica a um ambiente de jazz em que cabem composições de Mané Silveira, Tom Jobim, Cole Porter, Dori Caymmi e Guzzi Woolley.
O evento será dirigido por Helton Altman e terá como mestre-de-cerimônias o ator, músico e apresentador do programa "Bem Brasil", Wandi Doratiotto.
É maratona.

CANTA, MARITACA. Show da gravadora com apresentações de Theo de Barros, Arismar do Espírito Santo, Filó Machado e Guzzi. Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700). Quando: hoje, às 21h. Quanto: de R$ 5 a R$ 15.


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