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NOEL
Musical desperdiça o poeta da Vila
da Reportagem Local
Tudo em Noel Rosa faz dele
um personagem de musical. O
lirismo das canções, também
sua qualidade alegórica, os personagens bem definidos, tantas
vezes seu humor exato, irônico.A vida de Noel aponta um
herói romântico, boêmio dos
morros e do velho Rio, morto
ainda jovem, de tuberculose.
Daí se explicam os muitos espetáculos com suas canções e
sua vida. Pois este mais recente,
"Noel - Feitiço da Vila", parece
desperdiçar um a um os trunfos que tem na mão.
A atuação do protagonista
Marcelo Serrado tem lá a sua
empatia, ainda que muito derivada da projeção da TV, mas limita o espetáculo, já que o ator
não consegue cantar e dilui o
humor do poeta em trejeitos.
Também o desenvolvimento
da história, que procura acentuar o humor em Noel Rosa, se
faz de forma que beira o pueril,
confundindo a busca da comédia com a superficialidade.
Mas há bons intérpretes, como a dupla Nando Cunha e
Adilson Nascimento, que
prende os olhos do espectador
com seu tempo cômico exato,
nos tipos que representam Ismael Silva e Cartola. Também
Luiz Cardoso, que dá uma dimensão maior ao Francisco Alves "vilão" proposto pela peça.
Já Edson Montenegro conheceu dias melhores, no gênero
musical. De forma geral, contudo, o elenco é bom e consegue ir além das limitações de
texto e protagonização.
A produção é cuidadosa tanto em cenário como em figurinos. "Noel -Feitiço da Vila" pode não ser arrebatador, mas é
um bom espetáculo.
Avaliação:
Espetáculo: Noel - Feitiço da Vila
Texto e direção: Andreia Fernandes
Elenco: Maria Odette Garnier,
Patrícia Levy e outros
Quando: sex. e sáb., às 21h; dom., às
18h
Onde: Teatro Hilton (av. Ipiranga,
165, tel. 259-6508)
Quanto: R$ 25 (sex. e dom.) e R$ 30
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