São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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Direitos humanos são tema de mostra de filmes

Documentário argentino abre hoje festival em SP

FERNANDA EZABELLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma penitenciária que funciona como igreja evangélica, ou vice-versa, é o foco do documentário argentino "Unidade 25", que abre na noite de hoje a quarta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, em São Paulo.
O festival acontece também em outras 15 cidades, como Rio, Goiânia, Natal e Porto Alegre. Algumas sessões dos 40 filmes exibidos terão audiodescrição para o público com deficiência visual. A entrada é gratuita
No filme de abertura, o diretor Alejo Hoijman segue o jovem Simón Pedro em sua adaptação na Unidade 25, a única penitenciária-igreja da América Latina, localizada em Buenos Aires, com 245 presos e regime semiaberto.
Simón é relutante em entrar no ritmo religioso do local, com sermões antes de o sol nascer, muitas cantorias e estudos do evangelho. Até que um guarda o alerta: ou entra no esquema ou será enviado para uma penitenciária "normal".
Aos 55 minutos de filme, após muitos discursos estilo lavagem cerebral, ele começa a bater palma nos cultos, meio a contragosto. Logo depois, já chora pedindo perdão.
O falatório evangelizante domina os 90 minutos de documentário, que é filmado como uma espécie de "Big Brother" prisional.
Na exibição de hoje, aberta ao público, estarão presentes o diretor do filme e outros cineastas como Tata Amaral e Evaldo Mocarzel, além do ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
Na programação da mostra estão também o premiado "Corumbiara", sobre o massacre de índios em Rondônia em 1985, e "Histórias de Direitos Humanos", com 22 episódios dirigidos por diversos diretores, como Pablo Trapero, Jia Zhang Ke, Pipilotti Rist e a dupla Walter Salles e Daniela Thomas.

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