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Direitos humanos são tema de mostra de filmes
Documentário argentino abre hoje festival em SP
FERNANDA EZABELLA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma penitenciária que funciona como igreja evangélica,
ou vice-versa, é o foco do documentário argentino "Unidade
25", que abre na noite de hoje a
quarta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na
América do Sul, em São Paulo.
O festival acontece também
em outras 15 cidades, como Rio,
Goiânia, Natal e Porto Alegre.
Algumas sessões dos 40 filmes
exibidos terão audiodescrição
para o público com deficiência
visual. A entrada é gratuita
No filme de abertura, o diretor Alejo Hoijman segue o jovem Simón Pedro em sua adaptação na Unidade 25, a única
penitenciária-igreja da América Latina, localizada em Buenos Aires, com 245 presos e regime semiaberto.
Simón é relutante em entrar
no ritmo religioso do local, com
sermões antes de o sol nascer,
muitas cantorias e estudos do
evangelho. Até que um guarda
o alerta: ou entra no esquema
ou será enviado para uma penitenciária "normal".
Aos 55 minutos de filme,
após muitos discursos estilo lavagem cerebral, ele começa a
bater palma nos cultos, meio a
contragosto. Logo depois, já
chora pedindo perdão.
O falatório evangelizante domina os 90 minutos de documentário, que é filmado como
uma espécie de "Big Brother"
prisional.
Na exibição de hoje, aberta
ao público, estarão presentes o
diretor do filme e outros cineastas como Tata Amaral e
Evaldo Mocarzel, além do ministro de Direitos Humanos,
Paulo Vannuchi.
Na programação da mostra
estão também o premiado "Corumbiara", sobre o massacre de
índios em Rondônia em 1985, e
"Histórias de Direitos Humanos", com 22 episódios dirigidos por diversos diretores, como Pablo Trapero, Jia Zhang
Ke, Pipilotti Rist e a dupla Walter Salles e Daniela Thomas.
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