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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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MÚSICA ELETRÔNICA

Top DJ britânico toca hoje no Manga Rosa para 400 pessoas e sábado em galpão na Barra Funda

Carl Cox finalmente salda dívida com SP

Divulgação
O DJ britânico Carl Cox, que toca em São Paulo hoje, no Manga Rosa, e sábado no galpão Espaço das Américas, na Barra Funda


THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Carl Cox começa a "saldar" sua dívida com São Paulo. Aos 41 anos e reconhecido como um dos melhores DJs de tecno e congêneres do planeta, o britânico se apresenta no Manga Rosa hoje e no Espaço das Américas no sábado.
Cox esteve no Brasil em 2002, no Carnaval, quando tocou em Búzios, no Rio de Janeiro e na praia de Maresias. Foram noites bastante elogiadas, nas quais ele tocou desde tecno puro a progressive e house. A Folha conversou com Cox, por telefone, da Colômbia, parte de sua turnê pela América do Sul.
 

Folha - Esta é a sua segunda visita ao Brasil. Em 2001 você veio durante o Carnaval. Gostou?
Carl Cox -
Sim, muito! Nunca tinha visto uma festa eletrônica durante o Carnaval! Foi muito bom, acho que foi bem especial para muita gente do público também.

Folha - Você iniciou um novo selo, 23º Century. Quais são seus planos para ele?
Cox -
Esse selo é apenas para as minhas produções. O outro selo que tenho, o Intec, está dedicado a outros artistas que acho interessantes e dos quais gosto, como o Renato Cohen.

Folha - Você conseguiu gente como Fatboy Slim e Roni Size para seu novo álbum. Como ele será? Quando será lançado?
Cox -
Não será preso a um único estilo. Terá coisas com vocais, house latina, drum'n'bass, riffs de rock e, claro, batidas de tecno, de cultura eletrônica. Chamei esses artistas para mostrar que posso trabalhar com outra idéias. Será lançado em junho de 2004.

Folha - Você é DJ há mais de 15 anos, e naquela época a dance music era mais underground. Hoje é mainstream, há muitos DJs e produtores. Você acha que ficou mais difícil encontrar boa música?
Cox -
Acho que não. Antigamente a oferta vinha bastante da América, house ruim, não era boa. Hoje temos grande produtores vindos de lugares diferentes, jovens, criando novos estilos. Agora temos verdadeiros artistas criando boa música no underground, sem ir para a MTV. Deixe a MTV para Michael Jackson e Britney Spears.

Folha - Os grandes clubes no Reino Unido estão fechando, e muita gente culpa os DJs e os promotores, que estavam cobrando muito dinheiro do público? Você concorda?
Cox -
Não acho que a culpa seja dos DJs ou dos promotores. O que acontece é que a música é uma coisa cíclica; tudo tem que ter um fim. E esse foi o fim dos superclubes. Agora as pessoas estão voltando mais para suas bases. Não há problema nisso.

Folha - O que você vai tocar aqui? É mais tecno, house?
Cox -
Na verdade não sei o que tocar, nunca planejo, vejo na hora como está o lugar, como o público está reagindo. O que eu faço é criar a atmosfera de uma festa. Não importa se é com tecno, house ou drum'n'bass. Eu crio essa situação, e é por isso que ainda estou aqui após todos esses anos.

Folha - Quantos discos você tem? E quantos leva para tocar?
Cox -
Tenho mais de 100 mil em casa. Tive que deixar alguns numa casa alugada. Para tocar, uso dois cases de vinis e um de CDs. Daria para tocar por umas dez horas.

Folha - Muita gente fala sobre a morte do trance [variação mais melódica da eletrônica], mas os DJs mais votados da última pesquisa da [revista britânica] "DJ Mag" são de trance...
Cox -
O problema é que as pessoas continuam gostando e comprando. É um gênero popular. Não estou dizendo que é certo ou errado. Toco minha música sem me importar se é popular. Não preciso tocar trance.

Folha - Você acha que a dance music é apenas diversão, um escape, ou pode funcionar para conscientizar pessoas, "passar uma mensagem", como dizem os roqueiros?
Cox -
Acho que sim. A dance music leva as pessoas a se comportarem de determinada maneira, de terem atitude certa. Não é apenas um escape, é a cultura do século 21. As pessoas querem diversão, uma escolha, não importa se com um DJ ou uma banda.

Folha - Você se considera underground ou mainstream?
Cox -
Os dois. sou completamente underground e totalmente mainstream. Não posso me sentir underground tocando para 10 mil pessoas, mas ao mesmo tempo não me considero um artista pop.


CARL COX. Com os DJs Anderson Noise e Claudinho. Onde: Manga Rosa (pça. Soneto, 1.754, Brooklin, tel. 5507-3938). Quando: hoje, a partir das 22h30. Quanto: de R$ 40 a R$ 80.

CARL COX. Com os DJs Marcos e Marcelo Braga, Anderson Noise e Mau Mau. Onde: Espaço das Américas (r. Tagipuru, 795, Barra Funda). Quando: sábado, a partir das 22h30. Quanto: de R$ 40 (antecipado) a R$ 60. Informações: www.carlcox.com.br



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