São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

Próximo Texto | Índice DANÇA Companhia norte-americana, dirigida por Moses Pendleton, traz duas coreografias a SP, "Passion" e "Supermomix" Momix recria o universo da natureza Divulgação Cena de "Passion", uma das coreografias que o Momix, dirigido por Moses Pendleton, apresenta em temporada no Brasil KATIA CALSAVARA FREE-LANCE PARA A FOLHA "Nossos corpos são como plantas, sensíveis ao ambiente." A frase é de Moses Pendleton, diretor da companhia Momix Dance Theater, que estréia hoje sua temporada paulistana que segue até domingo no Teatro Municipal. Os espetáculos do Momix são um misto de teatro de sombras, circo e atletismo. O processo criativo de Pendleton envolve o contato do bailarino com os estímulos da natureza. Não raro, em meio a ensaios pouco produtivos, os bailarinos são convidados para dar um mergulho em um lago gelado ou apenas respirar ar puro. Talvez daí se explique a profusão de seres estranhos criados no palco, vindos de inesperados entrelaçamentos de corpos. E é nessa mesma linha de criação "mãe natureza" que o grupo apresenta no Brasil "Passion", coreografia baseada nos anseios da espiritualidade humana e na celebração da paixão. A trilha sonora é de Peter Gabriel, a mesma criada para o filme "A Última Tentação de Cristo", de Martin Scorsese. "Nós não queremos ser apenas bailarinos. Fazemos espetáculos cheios de magia, paixão e energia. Eu acho que as pessoas saem da platéia inspiradas, mais leves. Queremos que elas saiam do teatro com menos gravidade nos pés", diz Pendleton. A outra coreografia que faz parte do programa é "Supermomix", uma espécie de pout-pourri das melhores obras da companhia norte-americana, criada em 1979. Entre os blocos estão "E.U", baseada em jogos de sombras, e "Jonas et Latude", em que predomina o universo onírico. "Supermomix" segue uma dinâmica surreal do vaudeville, com peças pequenas colocadas juntas. O humor dessa obra é realmente um espetáculo à parte. São 20 peças com músicas diferentes", conta Pendleton, que já integrou o Pilobolus Dance Theater. No ano passado, o Momix esteve no Brasil com "Opus Cactus", que utilizava o mesmo jogo de sombras e luzes que compõem a já tradicional marca da companhia. É inegável dizer que quem vê uma ou duas obras do Momix parece ter visto boa parte de seu repertório, como é inegável dizer o quanto essas formas semi-humanas, semi-animais, conquistam as platéias do mundo. MOMIX DANCE THEATER. Quando: de hoje a sáb., às 21h, e dom., às 16h e 20h. Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 222-8698). Quanto: de R$ 30 a R$ 110. Próximo Texto: Grupo Moitará busca a poesia cênica por meio da máscara Índice

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