São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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PARA DANÇAR

Núcleo de rave se junta à Circuito e recebe DJs internacionais

SP Groove comemora três anos de som e vibe

BRUNA MONTEIRO DE BARROS
DA REDAÇÃO

Ela já foi Groove Nation e agora se chama SP Groove. É uma das poucas raves underground de médio porte que sobreviveram como um núcleo. É um marco na entrada do tecno como som de rave, tirando o monopólio do trance nesse tipo de festa. E hoje ela vai comemorar três anos. E, claro, com rave. Em Arujabel.
Na única tenda do evento, quem comanda os pick-ups é "o trio de DJs SP Groove" -Alex S. (o promoter), Camilo Rocha (o "residente") e Chris Liberator (o residente anual internacional)-, além da dupla eslovena Umek e Valentino Kanzyani, trazidos pela rave urbana Circuito, que se junta à SP Groove nesta empreitada (leia texto nesta página).
Alex S. é do tipo que diz que não faz festa para ganhar dinheiro. "Dá mais satisfação ver a galera pulando e gritando com sorriso no rosto do que contar os cifrões."
E o inglês Chris Liberator acredita que seja esse o grande lance do núcleo: "Eu venho tocar na SP Groove porque sei que eles são do bem e fazem as festas pelos motivos certos. A SP Groove é feita por amor, e isso faz muita diferença".
Liberator é um dos grandes nomes da cena underground londrina e, a cada vez que vem ao Brasil -esta é a quinta-, faz questão de alertar contra as festas feitas para ganhar dinheiro, fato que ele viu ocorrer e destruir boas cenas no mundo todo.
"Keep the vibe alive" (mantenha a vibe viva), referindo-se àquela energia que rola quando a pista, o DJ, a música e o ambiente estão todos no lugar certo e na hora certa, é o lema da SP Groove.
E, para criar o ambiente para a missão, Alex conta que os quesitos que dão mais trabalho são achar um lugar com boa energia, cuidar da segurança e divulgar. Costuma dar certo. A SP Groove (ou Groove Nation) já foi responsável por festas memoráveis.
Um marco foi a Groove Nation de 6 de novembro de 99, que recebeu o live PA de D.A.V.E. the Drummer e a discotecagem de Chris Liberator. Na época o som que começava a chegar às raves era o acid tecno. Pelo que se pôde registrar, foi a primeira vez que se dançou uma rave inteira ao som do tecno. "Dançamos até as cinco da tarde de domingo. Dali em diante, percebi que tinha que continuar a propagar a cena tecno", conta Alex S.
Hoje o tecno das raves já não é tão acid. As vertentes caminham pelo tech-house, progressivo, tecno funkeado, groove tecno, hard tecno e, ufa!, o tecno que você quiser inventar. Chris Liberator diz que vai tocar de tecno nervoso, bem pesado, a coisas funkeadas. "É tecno de Londres."


SP GROOVE 3 ANOS E CIRCUITO - rave com os DJs Camilo Rocha (23h-3h), Valentino Kanzyani (3h-6h), Umek (6h-9h), Chris Liberator (9h-12h) e Alex S. (12h-14h) + jam session. Quando: hoje. Onde: fazenda Arujabel (pegar rod. Dutra e entrar na saída 199 para Arujá; seguir placas Arujá; na primeira rotatória (posto Shell) seguir em frente pela av. Antonio Afonso de Lima até a segunda rotatória; entrar à dir. na av. dos Expedicionários e seguir em frente; depois entrar à esq. na placa B. Peninha, seguir 6 km e entrar à dir. na placa Fazenda Arujabel; andar 1,7 km). Quanto: R$ 40. Apoio: Red Bull.



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