São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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"Cena da Eslovênia tem muitos jovens e é cara"

Marcio Fernandes/Folha Imagem
Kanzyani (esq.) e Umek no programa de rádio do DJ Camilo Rocha, "Clubtronic", na Energia 97FM


DA REDAÇÃO

Como a música eletrônica é uma linguagem universal, os brasileiros poderão se comunicar sem barreiras com os DJs eslovenos Umek e Valentino Kanzyani. É só chegar na pista e se aconchegar perto da caixa de som.
A dupla sarada que baixou da ex-república iugoslava por aqui não bebe nada além da água mineral, não fuma e gosta de malhar.
Os dois têm cara de garotos saudáveis europeus (Umek mais encorpado) e tocam vertentes do tecno, em especial a tech-house. Ambos mantêm os selos Recycled Loops (tecno funkeado e mais veloz) e Irresistable (mais tech-house e progressivo).
Umek é conhecido pelos nossos DJs. Produções suas frequentam os cases de Renato Cohen, Camilo Rocha, Anderson Noise e Alex S. Além disso, Umek é um dos responsáveis pela criação da cena eletrônica no seu país, apesar de afirmar que atualmente toca pouco por lá em razão das viagens pelo exterior, Europa em especial.
O maior comentário em relação a Umek é a leveza que seu som contraiu desde 2000. Ele justifica: "Em 95 comecei a só tocar tecno, bem pesado mesmo. Mas, depois de cinco anos, me enchi de pegar pesado a noite toda. Resolvi mudar meu estilo. Aumentei meu estúdio e comprei melhores equipamentos".
Já Kanzyani conta como é a cena no seu país -da Europa balcânica, com cerca de 2 milhões de habitantes e com a cidade de Liubliana como capital:
"Quando a cena começou a crescer, em 95, 96, tinha todo tipo de gente nas festas, de advogados a artistas e esportistas, passando por crianças e adolescentes. Hoje a cena é cada vez mais jovem. As crianças podem começar a sair com cerca de 14, 15 anos. Quando chegam aos 18 já estão entediadas e acham que já viram tudo. Além de não conseguirem se divertir com as pessoas mais novas".
E ele completa: "Hoje as festas são formadas por um monte de crianças vestidas de maneira louca e se divertindo muito".
E é caro dançar na Eslovênia: "Sim, o clube mais barato sai cerca de US$ 8 (cerca de R$ 21) e o mais caro até US$ 25 (aproximadamente R$ 65)".
Na última quarta-feira, além de passarem pelas grandes galerias para comprar discos de Olodum e Banda Black Rio, por exemplo, os eslovenos foram convidados do DJ Camilo Rocha no programa de rádio "Clubtronic", da Energia 97. Os dois eslovenos apresentaram sets de cerca de 25 minutos para mostrar um pouco do trabalho.
Kanzyani foi mais grooveado, mas pegou mais leve. Umek passou por uma fase pesada e deixou cair a batida mais para o final. Ambos têm uma tendência maior para o tech-house, apesar de tocarem de disco a tecno sem problemas. (BMB)


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