São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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Harpista e violoncelista misturam erudito e MPB

Cristina Braga e Lui Coimbra tocam no Ibirapuera

Divulgação
O violonvelista Lui Coimbra e a harpista Cristina Braga

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os dois têm muito mais em comum do que o fato de tocarem instrumentos de cordas ou de acumularem vasta experiência na área da música erudita. A harpista Cristina Braga e o violoncelista Lui Coimbra também cantam e já transitam há tempos pela música popular brasileira, como solistas ou acompanhantes.
Nada mais natural então que esses talentosos músicos cariocas dividam o palco do Auditório Ibirapuera, hoje e domingo.
No show "Cordas Vocais", eles exibem os repertórios de seus recém-lançados ábuns, que contam com participações especiais do pianista Benjamim Taubkin e da violonista e cantora Badi Assad.
"Confesso que, às vezes, eu gostaria de tocar violão para poder sentar em um botequim e participar de uma roda de samba ou de choro. Como fomos colonizados pelos jesuítas com a viola portuguesa, vivemos em um país de violonistas", diz Braga, admitindo que já chegou a encarar olhares atravessados por se aventurar com a harpa pelos ritmos da música brasileira.
Esse tipo de preconceito só a estimulou mais a gravar o CD "Paisagem" (Biscoito Fino).
Nele, ao lado do violoncelista norte-americano Eugene Friesen, Braga interpreta clássicos da bossa nova e da MPB, como "Triste" (Tom Jobim), "Valsa Brasileira" (Edu Lobo e Chico Buarque) e "Sabiá" (Jobim e Chico Buarque).
"Acho que a harpa é um instrumento bossa nova, porque ela é doce e tem um som suave.
Ela agrada bastante aos brasileiros", comenta a primeira harpista da Orquestra do Teatro Municipal do Rio. Em palcos e estúdios, Braga já acompanhou intérpretes da MPB, como Lenine, Nara Leão e Zizi Possi, ou até o rock dos Titãs.
Ex-integrante dos grupos Aquarela Carioca e Religare, Lui Coimbra já tocou com Ney Matogrosso, Zeca Baleiro e Alceu Valença. No CD "Ouro e Sol" (Rob Digital), ele canta composições próprias, além de suas versões para "Minha Ciranda" (Capiba) e "Fazê o Quê?" (Pedro Luís).
A bagagem erudita da harpista e do violoncelista também estará representada nos shows deste fim de semana por duas peças de Villa-Lobos: "Canto do Cisne Negro" e "Veleiros".

CORDAS VOCAIS
Quando: hoje, às 21h; dom., às 19h
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, pq. Ibirapuera, portão 2, tel. 3629-1000)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30
Classificação: livre



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