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Harpista e violoncelista misturam erudito e MPB
Cristina Braga e Lui Coimbra tocam no Ibirapuera
Divulgação
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O violonvelista Lui Coimbra e a harpista Cristina Braga
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os dois têm muito mais em
comum do que o fato de tocarem instrumentos de cordas ou
de acumularem vasta experiência na área da música erudita. A
harpista Cristina Braga e o violoncelista Lui Coimbra também cantam e já transitam há
tempos pela música popular
brasileira, como solistas ou
acompanhantes.
Nada mais natural então que
esses talentosos músicos cariocas dividam o palco do Auditório Ibirapuera, hoje e domingo.
No show "Cordas Vocais", eles
exibem os repertórios de seus
recém-lançados ábuns, que
contam com participações especiais do pianista Benjamim
Taubkin e da violonista e cantora Badi Assad.
"Confesso que, às vezes, eu
gostaria de tocar violão para
poder sentar em um botequim
e participar de uma roda de
samba ou de choro. Como fomos colonizados pelos jesuítas
com a viola portuguesa, vivemos em um país de violonistas", diz Braga, admitindo que
já chegou a encarar olhares
atravessados por se aventurar
com a harpa pelos ritmos da
música brasileira.
Esse tipo de preconceito só a
estimulou mais a gravar o CD
"Paisagem" (Biscoito Fino).
Nele, ao lado do violoncelista
norte-americano Eugene Friesen, Braga interpreta clássicos
da bossa nova e da MPB, como
"Triste" (Tom Jobim), "Valsa
Brasileira" (Edu Lobo e Chico
Buarque) e "Sabiá" (Jobim e
Chico Buarque).
"Acho que a harpa é um instrumento bossa nova, porque
ela é doce e tem um som suave.
Ela agrada bastante aos brasileiros", comenta a primeira
harpista da Orquestra do Teatro Municipal do Rio. Em palcos e estúdios, Braga já acompanhou intérpretes da MPB,
como Lenine, Nara Leão e Zizi
Possi, ou até o rock dos Titãs.
Ex-integrante dos grupos
Aquarela Carioca e Religare,
Lui Coimbra já tocou com Ney
Matogrosso, Zeca Baleiro e Alceu Valença. No CD "Ouro e
Sol" (Rob Digital), ele canta
composições próprias, além de
suas versões para "Minha Ciranda" (Capiba) e "Fazê o
Quê?" (Pedro Luís).
A bagagem erudita da harpista e do violoncelista também
estará representada nos shows
deste fim de semana por duas
peças de Villa-Lobos: "Canto
do Cisne Negro" e "Veleiros".
CORDAS VOCAIS
Quando: hoje, às 21h; dom., às 19h
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro
Álvares Cabral, s/nº, pq. Ibirapuera,
portão 2, tel. 3629-1000)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30
Classificação: livre
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