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São Paulo, sábado, 10 de maio de 2003

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ARTES CÊNICAS

Multiartista britânico traz a SP pela primeira vez três performances que mesclam teatro, mímica e poesia

Benji Reid dança "linguagens híbridas"

Divulgação
O dançarino britânico Benji Reid, que apresenta suas performances no 7º Cultura Inglesa Festival


KATIA CALSAVARA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os movimentos ainda descoordenados do dançarino Benji Reid, 36, costumavam hipnotizar os amigos dos seus pais em festas de casamento quando ele tinha apenas seis anos. Mas foi no pátio da escola que Reid percebeu que poderia ser um artista de verdade, quando viu uma roda de colegas se abrir para vê-lo dançar.
O bailarino e coreógrafo britânico, que mescla teatro, mímica e poesia em suas improvisações, é atração do 7º Cultura Inglesa Festival -que este ano homenageia artistas britânicos- e apresenta hoje e amanhã, no teatro Alfa, as performances "Style 4 Free", "The Pugilist" e "The Holiday".
Na primeira esquete, Reid dança com um fantoche e imita personagens dos quadrinhos em um estilo kung fu. "The Pugilist", que tem música escrita em parceria com Bob Pierce, mostra um boxeador fracassado que dialoga com um assistente sobre a sua dor. Em "The Holiday", Reid aborda o tema da angústia e inicia o quadro com um grito quase sem-fim. As performances foram idealizadas há cerca de 2 anos e já viajaram por diversos países da Europa, como Holanda e França.
Campeão de body-popping, estilo de dança que consagrou o cantor Michael Jackson em seus movimentos deslizantes, Reid nunca esteve no Brasil. Em entrevista à Folha, em São Paulo, disse estar "ansioso e com medo de que as pessoas não entendam suas piadas" -o texto do espetáculo é todo falado em inglês e não tem legendas.
"Eu me considero um multiartista porque misturo diversas linguagens em minhas performances", diz o "híbrido", que confessa ter vontade de lançar um livro em que possa escrever sobre ele mesmo, "algo como "O Universo de Benji Reid'", imagina ele. Em seus escritos, Reid diz que o homem e sua projeção emocional são temas recorrentes.
O dançarino cresceu em meio ao furor do cenário hip hop dos anos 80. "Foi uma época muito importante para mim. Naquele tempo senti que fazia parte de algo bem maior do que a dança, o grafite e o rap." Quando questionado sobre como definiria sua música, disse: "É orgânica e difícil de entender sem assistir às performances".
Reid foi descoberto pelo grupo de breakers Broken Glass Grew, de Manchester, sua cidade natal. Mudou-se para Londres em 1985, onde estudou dança, teatro e mímica. Chegou a atuar em montagem da peça "A Tempestade", de Shakespeare. "Para mim a arte é uma jornada e não tem ponto final", completa.

BENJI REID. Performances do dançarino britânico. Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 18h, no teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 5693-4000), R$ 20; dias 17/5, às 21h, e 18/5, às 20h, no Cultura Inglesa Pinheiros (rua Deputado Lacerda Franco, 333, tel. 3039-0556). Quanto: R$ 20.


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