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FOCO
André Klotzel estreia segunda com público fraco
"Reflexões de um Liquidificador" une sessões a shows de stand-up e debates
GUILHERME GENESTRETI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para um filme que conta
com um eletrodoméstico falante, um lançamento igualmente inusitado: estreou na
última segunda-feira, numa
única sala, acompanhado de
exibição de curta e show de
stand-up no início da sessão.
Essa foi a proposta do diretor André Klotzel para chamar o público para seu mais
novo longa, "Reflexões de
um Liquidificador". "A ideia
era criar um evento. Os filmes
têm passado meteoricamente pelos cinemas. Quis fazer
algo especial", afirma.
Esse especial inclui debates com a equipe, que acontecem na últimas sessão das
segundas e das quartas, e os
shows de stand-up e a exibição dos curtas -todos os
dias, às 20h e às 22h.
Na estreia, o curta escolhido foi "O Divino, de Repente", de Fábio Yamaji, e a humorista selecionada foi Carol
Zoccoli, que por dez minutos
divertiu um público pouco
habituado a esse tipo de humor: "Acho que, se o filme se
chamasse "O Liquidificador
Vampiro", faria muito mais
sucesso", disparou. Em seguida, ironizou sucessos como "Se Eu Fosse Você", ao
que alguém da plateia retrucou: "É ruim, mesmo".
A humorista se disse contente com a proposta de Klotzel: "Esse público que vem
aqui não é o mesmo que vai
ao bar nos ver. Tomara que
gostem do nosso trabalho".
A sala tem 185 lugares e as
cinco sessões do dia tiveram
294 pagantes, entre eles a jornalista Sabrina Generali, 24,
que disse ter ido pelas outras
atrações: "O filme é diferente, mas eu vim mesmo pelo
curta e pelo stand-up".
Regina Damaceno, 46, discorda: "Vim pelo filme, que é
muito bom, mesmo porque
não gosto muito do tipo de
humor do stand-up".
A experiência é um teste.
"É a chance de lançar o filme
de forma digna. O modo como será recebido já não depende de mim", diz Klotzel.
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