São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Solo cruza os sentidos da palavra em Lorca

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca (1898-1936) gostava de ir a público. Suas conferências transcendiam formalidades. Ao vivo, lançava palavras para cruzar sentidos. Pedia à audiência para recolher a visão em favor da escuta e do cheiro. Foi o que fez na conversa batizada "Como Canta uma Cidade de Novembro a Novembro" (1933), proferida três anos antes de seu assassinato, na Granada natal.
Aquela conferência é entrecortada por poemas, cartas, canções, reminiscências da infância e outras variantes do dramaturgo no espetáculo "Federico García Lorca: Pequeno Poema Infinito", produção carioca de 2007 que estréia hoje no Sesc Pinheiros.
O solo do ator José Mauro Brant, sob direção de Antonio Gilberto, quer fazer jus a essa sinestesia textual. É o escritor quem está em cena, narrando memórias de si e de sua cidade, com ênfase na descrição das estações do ano, que traduziam o espírito daquela gente da Andaluzia, no sul da Espanha.
Conceitualmente, o espetáculo se aproxima da linguagem das narrações. "É um encontro despojado, que reconhece a presença do público e busca interlocução com ele", diz Brant, 36, que também toca piano e canta o folclore musical rememorado por Lorca. "Nenhuma palavra do roteiro foi inventada. Todas derivam de Lorca", diz Gilberto, 51.


FEDERICO GARCÍA LORCA: PEQUENO POEMA INFINITO
Quando:
sex., 21h; sáb., 19h30; até 3/5
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, Pinheiros, tel. 3095-9400)
Quanto: R$ 5 a R$ 10


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