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Cinema da Geórgia é tema de mostra
Centro Cultural Banco do Brasil exibe, a partir de amanhã, 12 produções da ex-república soviética, que vão de 1928 a 2003
Longa de abertura é "O Grande Vale Verde" (1967), do diretor Merab Kokochashvili, que participa de debate com o público
DA REPORTAGEM LOCAL
As últimas dezenas de matérias publicadas nesta Folha citando "Geórgia" davam conta
dos rebeldes separatistas da
Ossétia do Sul ou de pesquisas
da universidade do Estado norte-americano de mesmo nome.
Poucos sabem que nessa pequena ex-república soviética
ao sul do Cáucaso há um cinema que, um dia, já ganhou elogios de Fellini, Antonioni, Godard e Truffaut.
"Cinema da Geórgia: Um Século de Filmes" é o nome da
mostra com 12 obras que o
Centro Cultural Banco do Brasil inicia amanhã. O longa de
abertura é "O Grande Vale Verde" (1967), do diretor Merab
Kokochashvili, que participará
de debate com o público, ao lado do ator e tradutor georgiano
Irakli Gioshvili e da curadora
do festival, a brasileira Nágila
Guimarães, que viveu por quase dois anos no país.
"O Grande Vale Verde", só
exibido na Geórgia após participar do Festival de Berlim
quase dez anos depois de pronto, conta a história do pastor
Sosana e de sua família, que vive numa região bucólica cercada por estranhos mitos e tradições, até que geólogos passam a
visitar o vale para pesquisas sobre poços de petróleo.
Outros destaques da programação são "A Lenda da Fortaleza de Suram" (1984), de Sergei Parajanov, vencedor do
prêmio da crítica da 11ª Mostra
de São Paulo, e a mistura de documentário e ficção "Sal para
Sventia" (1930), de Mikhail Kalatozov, mesmo diretor do clássico "Sou Cuba" (1964). Há
também o filme mudo "Minha
Avó" (1929), uma sátira ao então jovem sistema estatal soviético. Proibido no país por 40
anos, é um exemplo do chamado "cinema excêntrico".
O filme mais recente da mostra é "Medo de Matar" (2003),
uma comédia com traços surreais, ganhadora do Golden
Shell no festival San Sebastián.
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