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Steve Zahn, que interpreta um caipira, ao lado de Jennifer Aniston, em 'O amor Pede Passagem'

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

O romance entre Sue (Jennifer Aniston) e Mike (Steve Zahn) parece altamente improvável. Independente, ela cresceu na cosmopolita costa leste dos EUA e é vendedora de arte decorativa.
Caipira e acomodado, ele nunca saiu da cola dos pais, na minúscula Kingman (Nevada), do outro lado do país.
Sem formação profissional, Mike gerencia o hotel da família. É o que possibilita o encontro com Sue quando ela se hospeda na cidade, dando início à curiosa ciranda de "O Amor Pede Passagem": como esse sujeito pode acreditar que pessoas tão diferentes fiquem juntas?
Os percalços lembram outra comédia romântica recente, "Novidades no Amor", em que uma quarentona recém-separada (Catherine Zeta-Jones) se envolve com o rapaz que cuida de seus filhos, 15 anos mais jovem (Justin Bartha). Embora distanciados pela idade, eles pertencem ao mesmo universo.
Aqui, o maior problema é de ordem sociocultural, agravado pela formação de um triângulo quando entra em cena um ex-punk milionário, agora fabricante de iogurtes e treinador de cães (Woody Harrelson). Como em "Novidades no Amor", detalhes do cotidiano expressam as dificuldades de sintonia entre os personagens e fazem a história caminhar.
Espécie de Norman Bates (o gerente de hotel de "Psicose") em chave doce e saudável, Mike ganha mais atenção do roteirista Stephen Belber (em sua estreia na direção), mas é a dinâmica psicológica de Sue que determinará, com as habituais facilidades hollywoodianas no trato do assunto, se o amor passa ou não por ali.