São Paulo, sábado, 15 de maio de 2010

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Crítica/"O Preço da Traição"

Egoyan cria "suspense sexual"

Com ótima atuação de Julianne Moore, diretor constrói mistério envolvente, mas se perde no final

Divulgação
As atrizes Amanda Seyfried (à esq.) e Julianne Moore interpretam a garota de programa Chloe e a ginecologista Catherine, respectivamente, em cena do filme

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Desde que despontou no cinema, em 1994, com "Exotica", o iraniano naturalizado canadense Atom Egoyan se destaca como realizador de filmes pessoais que refletem sobre vida moderna, sexo e relacionamentos. Seu grande momento continua sendo "O Doce Amanhã" (1997), um drama arrasador sobre o impacto de um acidente de ônibus e da morte de diversas crianças na vida de uma pequena comunidade.
Em "O Preço da Traição" ("Chloe"), retoma temas como o abismo entre amor e desejo e a dificuldade de comunicação. E conta com uma ótima atuação de Julianne Moore, atriz que sempre buscou papéis corajosos, como o da estrela pornô, de "Boogie Nights" (1997), ou o da esposa melancólica, de "Short Cuts" (1993).
Moore e Liam Neeson interpretam Catherine e David, um casal em crise. Ela é uma ginecologista de prestígio e desconfia de que o marido, um professor de música, a está traindo. Para tirar a prova, contrata uma estonteante garota de programa, Chloe (Amanda Seyfried), para seduzi-lo se fazendo passar por uma aluna. O que interessa é o mistério que envolve a trama, a atmosfera de suspense, tensão sexual.
Catherine frequenta lugares antes inimagináveis -bares escuros, luxuosos bordéis- e se envolve com Chloe de forma surpreendente.
O filme tem um forte clima "noir" e cenas ousadas. Pena que, no fim, descambe para uma conclusão rude e improvável, à la "Atração Fatal". Todo o clima de mistério e sedução que Egoyan vinha construindo vai por terra. Mesmo longe de ser um dos melhores filmes do diretor, "O Preço da Traição" tem qualidades que o recomendam.


O PREÇO DA TRAIÇÃO

Direção: Atom Egoyan
Produção: EUA/Canadá/França, 2009
Com: Julianne Moore, Liam Neeson e Amanda Seyfried
Onde: nos cines Bristol, Espaço Unibanco Pompeia e circuito
Classificação: 16 anos
Avaliação: bom


Leia entrevista com Atom Egoyan

www.folha.com.br/101344


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