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Museu de rua socializa a arte
free-lance para a Folha
Museus de rua ou arte em espaços públicos têm efeito surpreendente. A artista Marta Sadalla, que
está exibindo seu trabalho na estação Ana Rosa do metrô (veja
quadro ao lado), diz que tem um
retorno do público como nunca
conseguira expondo em galerias.
"Pessoas as mais variadas demonstram interesse, vêm perguntar o que significa e fazem leituras
interessantes do trabalho, que é
abstrato", conta. É um público
que se inibe de entrar em um museu e, na rua, acha a arte acessível.
O Museu de Bairro de Pinheiros
é muito recente para se verificar
seu efeito, mas o museólogo Júlio
Abe Wakahara acompanha há
anos os resultados do projeto e
atesta seu caráter social.
"Esse resgate da memória serve
para mostrar que a cidade é do cidadão; resgata uma memória solidária", afirma. Ele conta que, em
mais de 80 experiências que teve
montando o projeto, principalmente no interior, jamais um museu de rua foi depredado.
O museu tenta ligar a população
com seu produto, que é a cidade, e
acaba fazendo o cidadão sentir-se
um produtor. Se não foi ele o
agente da história, foi o pai imigrante ou o avô bandeirante.
"Não procuramos grandes personalidades, procuramos histórias cotidianas, de modo que relatos singulares componham um
panorama social." Para ele, uma
exposição assim permite que o espectador "embarque com a canoa
andando" em vez de ver a história
parada no tempo.
(JM)
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