São Paulo, Domingo, 15 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Museu de rua socializa a arte

free-lance para a Folha

Museus de rua ou arte em espaços públicos têm efeito surpreendente. A artista Marta Sadalla, que está exibindo seu trabalho na estação Ana Rosa do metrô (veja quadro ao lado), diz que tem um retorno do público como nunca conseguira expondo em galerias.
"Pessoas as mais variadas demonstram interesse, vêm perguntar o que significa e fazem leituras interessantes do trabalho, que é abstrato", conta. É um público que se inibe de entrar em um museu e, na rua, acha a arte acessível.
O Museu de Bairro de Pinheiros é muito recente para se verificar seu efeito, mas o museólogo Júlio Abe Wakahara acompanha há anos os resultados do projeto e atesta seu caráter social.
"Esse resgate da memória serve para mostrar que a cidade é do cidadão; resgata uma memória solidária", afirma. Ele conta que, em mais de 80 experiências que teve montando o projeto, principalmente no interior, jamais um museu de rua foi depredado.
O museu tenta ligar a população com seu produto, que é a cidade, e acaba fazendo o cidadão sentir-se um produtor. Se não foi ele o agente da história, foi o pai imigrante ou o avô bandeirante.
"Não procuramos grandes personalidades, procuramos histórias cotidianas, de modo que relatos singulares componham um panorama social." Para ele, uma exposição assim permite que o espectador "embarque com a canoa andando" em vez de ver a história parada no tempo. (JM)


Texto Anterior: História: Pinheiros tira história das gavetas
Próximo Texto: Arte: Mostra de Benedito Calixto acaba hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.