VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há cerca de três anos, companhias paulistanas de teatro que se utilizam das linguagens do circo, ou vice-versa, dividem o mesmo teto, não necessariamente uma lona. A partir desta semana, elas protagonizam uma mudança igualmente conjunta para uma casa maior. A meta: abrigar ainda mais artistas e público afins.
Com apresentação dos espetáculos "Cabaré" e "Cabarezinho", a Central do Circo marca hoje a sua mudança de endereço: deixa o espaço que mantinha desde 1999 na Granja Viana, próximo à rodovia Raposo Tavares, e ruma para um galpão no bairro da Lapa, na zona oeste.
Com 600 m2, o novo galpão é equipado com trapézios, camas elásticas, aparelhos de acrobacias aéreas e de solo, malabares e equipamentos de segurança.
Segundo o ator Rodrigo Matheus, da cia. Circo Mínimo, uma das fundadoras da associação, o objetivo da Central do Circo é viabilizar o treinamento e aprimoramento das técnicas de circo e a criação de espetáculos.
É lá também que as companhias treinam, desenvolvem seus números e dão oficinas de iniciação. Durante este mês, as aulas são gratuitas (inscrições abertas), por conta do Programa Municipal de Fomento ao Teatro, que contemplou o projeto.
Uma prova do intercâmbio das trupes se dá em "Cabaré". São pelo menos dez números que duram de cinco a dez minutos.
O Circo Mínimo mostra um trecho de "Babel", seu espetáculo mais recente; a cia. La Mínima, "A Monga", de "Luna Parque"; a Linhas Aéreas, o inédito "Carrossel"; os Parlapatões, "Passarinho"; o Pia Fraus, "Sem Cabeça"; O Le Plat du Jour, "Siamesas"; a Nau de Ícaros, um trecho do espetáculo "Fronteiras"); e por aí vai.
A abertura é feita com um número de dança cancã pelas atrizes. No final, é a vez de os homens surgirem travestidos para parodiar suas colegas.
Em "Cabarezinho", funciona também a sequência de números com La Mínima, Circodélico, Fractons, Linhas Aéreas, Grupotrupecia, Parlapatões e Circo Amarillo (argentino).