ADRIANA FERREIRA
DO GUIA DA FOLHA

Nem só de noites na Vila Olímpia e de shows caros, como o do Black Eyed Peas no Via Funchal (com preços de R$ 80 a R$ 200), vive o hip hop. Neste fim de semana, São Paulo tem dois eventos populares, o Hip Hop na Pompéia e o Preta in Festival, ambos com line-up de primeira e que se preocupam em representar os elementos fundamentais dessa cultura: grafite, DJ, rap e break.
Ao contrário dos megafestivais de rap, que reuniam até dez bandas na mesma noite, o Hip Hop na Pompéia que ocorre hoje, na quadra da escola de samba Águia de Ouro, optou por reduzir as atrações e terá o carioca MV Bill e os grupos paulistanos Z'África Brasil e Correria. Nos intervalos, há discotecagem dos DJs Marco e Kefing e performance de b.boys (dançarinos de break), além de uma mostra com trabalhos dos grafiteiros Chivitz e Markone.
"Parei de participar de festas em São Paulo porque as bandas e o público ficavam estressados. O povo acabava saindo na porrada", explica MV Bill. Ele vai mostrar seu álbum mais recente, "Declaração de Guerra" (2002), velhos hits de seus dois discos anteriores -"Traficando Informação" (99) e "Mandando Fechado" (98)- e músicas novas, acompanhado por uma banda que, segundo ele, é uma "miniorquestra", com metais, percussão e até violinos.
"Quero acoplar outros elementos ao meu rap. Os DJs daqui tocam Ja Rule e 50 Cent e não conseguem enxergar a pureza do som brasileiro", defende MV Bill.

Preta in Festival
Na mesma linha segue o Z'África, que está preparando seu segundo disco, com produção do DJ Periférico. "O CD vai ser mais percussivo", conta o MC Gaspar.
O Z'África é o destaque do Preta in Festival, feira gratuita que acontece amanhã (dia 18), na praça Benedito Calixto, em Pinheiros. O evento terá ainda batalha de b.boys, mostra de grafite e discotecagem do DJ King e do coletivo DubVersão, que faz set de dub, dancehall, ragga e reggae.