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Leila Maria canta o amor sem preconceito em seu 3º álbum
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nos meios musicais do Rio,
ela é cultuada como diva do
jazz. Mas o grande público ainda não conhece Leila Maria,
ótima cantora que se apresenta
hoje, no Bourbon Street. O pretexto é o lançamento de seu terceiro álbum, "Canções do Amor
de Iguais" (Deckdisc), cujo repertório remete ao mundo gay.
"Abracei o projeto por ver
uma chance de mostrar que
posso cantar outras coisas", diz
ela, contando que chegou a ter
receio de que sua simpatia pela
causa gay fosse mal-entendida.
"Quero apenas contribuir com
um pouco de luz para acabar
com os preconceitos."
Idealizado pelo jornalista
Antônio Carlos Miguel, o álbum alterna canções pop, como
"Você Vai Ser o Meu Escândalo" (de Roberto e Erasmo Carlos) e "Sexuality" (k.d. lang),
standards do jazz, como "All of
You" (Cole Porter) e "Lush
Life" (Billy Strayhorn), ou pérolas da MPB, como "Mar e
Lua" (Chico Buarque) e "Ilusão
à Toa" (Johnny Alf).
"Tentei mostrar meu trabalho por muito tempo, mas a primeira coisa que me perguntavam é se eu não cantava samba ou pagode", afirma Leila. "Por
que uma cantora negra só pode
cantar samba ou funk no Brasil?", questiona, lembrando ter
gravado sete composições próprias no seu CD de estréia, "Da
Cabeça aos Pés" (1997).
Por essas e outras, a cantora
acabou encontrando no jazz
um nicho perfeito para seu
suingue e seu timbre grave. "Só
comecei a existir a partir do "Off
Key'", diz, referindo-se ao jazzístico álbum de 2005. Mesmo
assim, espera um dia voltar a
mostrar que também compõe.
LEILA MARIA
Quando: hoje, às 22h30
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés,
127, Moema, tel. 5095-6100)
Quanto: R$ 25 (couvert artístico)
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