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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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Obras abordam de beijos a revoluções

Esculturas revelam histórias e personagens

DA REDAÇÃO

A exemplo do mais velho cemitério em atividade, o Araçá e o São Paulo, no bairro de Pinheiros, também combinam belas obras de arte à presença de jazigos de personalidades.
No primeiro, fundado no final do século 19, tendo a Faculdade de Medicina da USP e um complexo hospitalar do outro lado da avenida Doutor Arnaldo, é possível, por exemplo, visitar os túmulos da atriz Cacilda Becker e do jornalista e empresário Assis Chateaubriand. No local, há ainda uma interessante criação do escultor Victor Brecheret sobre a sepultura da poeta parnasiana Francisca Júlia, autora dos livros "Mármores" e "Esfinges" e criadora de uma das obras mais significativas de sua época.
"Musa Impassível", de 1923, adorna o lugar onde foi enterrada a artista, que morreu um dia depois do marido, Filadelfo Edmundo Munster, telegrafista. Quando o marido morreu, tuberculoso, em 1920, ela não resistiu.

São Paulo
Construído nos anos 20, o Cemitério São Paulo apresenta a peça "Último Adeus", de Alfredo Oliani, que mostra o derradeiro beijo de um casal. Vicente Larocca, por sua vez, erigiu um monumento tumular que mostra um soldado da Revolução de 1924 sendo atingido por uma bala.
Artífice de trabalhos presentes nos três cemitérios, Brecheret tem um túmulo simples, gramado, no São Paulo, que abriga ainda o poeta Menotti del Picchia.
Nos anos 60, foi fundado o Cemitério do Morumby, particular, com outro tipo de concepção paisagística: gramados extensos e lápides simples, econômicas, sem maiores ornamentos, fazem contraponto à suntuosidade e às imagens de dor e sofrimento dos cemitérios mais antigos. Por lá, encontra-se a cantora Elis Regina. (ALEXANDRA MORAES E PEDRO IVO DUBRA)


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