São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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FEIRA DA POMPÉIA

Evento, que hoje comemora 15 anos com CD, reúne mais de 1.000 artistas de diferentes estilos

Arte no asfalto

Rafael Falavigna/Folha Imagem
Luiz Carlini, guitarrista do Camisa de Vênus que se apresenta na 15ª Feira de Artes da Pompéia com Walter Franco, Beto Lee, Lee Marcucci, Babalu e Thunderbird no palco Rock


PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO

Lugar sossegado -dentro do possível-, a Vila Pompéia hoje promete se tornar um dos locais mais movimentados na cidade. Tudo isso por causa da Feira de Artes da Pompéia, que acontece anualmente no terceiro domingo de maio. É a 15ª edição da festa.
Com aproximadamente 900 expositores e mais de mil artistas, a feira somará, das 8h às 22h, oito palcos e três parques infantis. Sem contar as atividades que acontecem em suas seis ruas.
Ecléticas, as atrações tendem a agradar a todo tipo de público, que, em 2001, chegou a 200 mil pessoas, segundo a organização. Há rock, MPB, forró, hip hop, drum'n'bass e reggae, além de teatro, oficinas e dança.
Organizado pelo Centro Cultural Pompéia, o evento traz como novidade neste ano uma coletânea em CD -cuja tiragem não será comercializada- com artistas que já se apresentaram na programação. Entre eles, estão Zeca Baleiro, Havana Brasil, Chico César e Luiz Carlini, guitarrista do Camisa de Vênus e parceiro de Rita Lee no conjunto Tutti Frutti.
Carlini, 49, aliás, encerra a programação de um dos palcos, o Rock, trazendo Beto Lee, Walter Franco, Lee Marcucci e Thunderbird como convidados.
"Nasci na Pompéia. Aqui é o berço do rock. Na mesma quadra, nasceram Os Mutantes, Tutti Frutti, Made in Brazil", constata. O porquê? "Em princípio, atribuo à sorte", diz, emendando que ignora o que existe naquele solo.
Outra nova da feira é o tema escolhido para a edição: a octogenária Semana de Arte Moderna.
Sempre contagiado por conotações políticas (certa vez, protestou-se contra a verticalização das construções da Vila Pompéia), o assunto será representado por poesia, danças e encenação de trechos de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, e "Macunaíma", de Mário de Andrade.
E, por falar no herói sem nenhum caráter, o material de divulgação da feira é estampado com uma pintura de José Roberto Aguilar que retrata Mário e sua mais famosa criação juntos.
Tem início ainda, às 15h, no palco Boulevard, uma passeata. O protesto, da ONG MPB Sempre, é contra a massificação da programação das rádios e a falta de poesia da música comercial.


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