São Paulo, domingo, 19 de agosto de 2007

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crítica

Japonesa expõe olhar sobre o Brasil

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tem sido raro e praticamente só ocorre nas Bienais de São Paulo que artistas estrangeiros realizem trabalhos no Brasil e os exibam aqui. O usual tem sido a importação de mostras estimuladas por representações governamentais, que circulam por toda a parte indiferentes da especificidade de cada local, ou coleções de grandes corporações, que viajam com um forte apelo de marketing.
"Semear", da jovem japonesa Rinko Kawauchi, em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), é exceção à regra.
A mostra é fruto de três viagens ao Brasil feitas pela artista residente em Tóquio para abordar a imigração japonesa.
O resultado do trabalho, contudo, revelou-se mais amplo do que a proposta inicial. Kawauchi pertence a uma geração que usa as imagens como um diário impressionista.
Em "Semear", Kawauchi apresenta suas impressões do Brasil, a partir de viagens pelo Rio, pelo Pantanal, pela Amazônia e por São Paulo. Como os primeiros artistas-viajantes que passaram por aqui no século 17, ela foi seduzida pela exuberância da natureza, que se tornou o objeto principal de sua obra.
Há também tipos humanos, imigrantes japoneses e seus descendentes, mas o que se sobressai é mesmo uma visão quase paradisíaca do país, que seus habitantes precisam de estrangeiros para lembrá-los que ainda existe.


SEMEAR
Avaliação:
bom


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