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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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DANÇA

Coreógrafa discute críticas negativas que recebeu em Berlim e espetáculo da companhia ganha o suporte digital

DVD acompanha "4 por 4" de Colker

Divulgação
Cena do quadro "Vasos", do espetáculo "4 por 4", da cia. Deborah Colker, que reestréia na cidade


DA REDAÇÃO

Última criação da companhia de Deborah Colker ("Rota", "Casa"), investimento nas imbricações entre a dança e as artes plásticas, "4 por 4" volta à cidade, depois da passagem pelo teatro Alfa, em julho de 2002, trazendo na bagagem um DVD.
Para o espetáculo, Colker, 42, chamou artistas plásticos a uma parceria: obras de Cildo Meireles, do grupo Chelpa Ferro, de Victor Arruda e de Gringo Cardia (que também responde pela direção de arte do todo) são postas em cena e interagem com o trabalho dos bailarinos, em quatro quadros.
"As artes plásticas discutem algo semelhante ao que a dança discute, a questão do espaço, comunicar-se através de imagens em movimento", diz a coreógrafa. No DVD, há o registro de uma conversa entre os colaboradores e ela.
Em "Cantos", de Meireles, o grupo dança em estruturas de três metros de altura e um metro quadrado de área. Concebidos em fins dos anos 60, os cantos construídos eram apenas dois. Os seis existentes em "4 por 4" foram montados especialmente para a criação de Deborah Colker.
"A Mesa" traz um objeto móvel confeccionado pelo quarteto Chelpa Ferro, sobre o qual se dança. Victor Arruda criou pinturas eróticas que cobrem o chão e o fundo do palco em "Povinho".
No segundo ato, há um interlúdio. Deborah Colker, que também dança no espetáculo, toca, ao piano, Mozart. Enquanto isso, é mostrado "As Meninas", trecho inspirado nas bailarinas de Degas e das meninas de Velázquez, e bailarinos dispõem 90 vasos em cena para a instalação de Cardia, "Vasos". Depois do último acorde de Colker, a dança é realizada no "labirinto" desses objetos.

Berlim
Deborah Colker esteve em Berlim no mês passado, onde montou, com bailarinos da companhia de balé do Komische Oper, "Casa" (99) e o prólogo "Ela". Sua criação cindiu a imprensa local.
"Foram sete críticas. Duas muito boas, uma negativa, duas razoáveis. E houve duas de que gostei, em dado momento perguntavam se era arte ou não era arte o que eu fazia. Acho que a arte contemporânea está aí para questionar essas leis. Se as questionei, sou uma artista contemporânea." (PEDRO IVO DUBRA)

4 POR 4. Com: Cia. de Dança Deborah Colker. Onde: teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 288-0136). Quando: estréia hoje, às 21h; de qua. a sáb, às 21h, e dom., às 18h; até 30/3. 60 min. Quanto: R$ 30 (mesmo preço do DVD, vendido no teatro). Patrocinador: BR Distribuidora.


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