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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

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TEATRO

Grupo adapta Calderón de La Barca para as ruas

Núcleo Bartolomeu faz vigília hip hop em "Acordei que Sonhava"

DA REPORTAGEM LOCAL

Do palco ao material de imprensa que chega no suporte de CD, a batida é uma só: o teatro hip hop. O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos quer consolidar sua linguagem extraída da cultura das ruas ao agregar um autor clássico do século 17, o espanhol Calderón de La Barca, cuja peça "A Vida É Sonho" inspira a livre adaptação "Acordei que Sonhava", que estréia amanhã na Funarte.
Conta a história do príncipe Segismundo, exilado do mundo em uma prisão, até a vida adulta, pelo próprio e cruel pai, o rei Basílio, alertado por oráculos de que seu filho traria desgraças.
Anos depois, o rei tem uma crise de consciência e dá nova chance a Segismundo. O herdeiro é dopado, tirado do calabouço e colocado no trono. Ao despertar, dependendo de sua reação, lhe será comunicado que tudo não passou de um sonho.
"Para nós, o destino de Segismundo pode ser uma metáfora sobre o povo brasileiro aprisionado na ignorância", diz a atriz e diretora Claudia Schapira. É também um paralelo com a cultura do hip hop e as formas de arte alternativa dos grandes centros urbanos. "Como forma de protesto, elas fazem resistência à alienação dos meios de comunicação", continua Schapira.
No prólogo, um MC (mestre-de-cerimônia) canta: "Te convido pra pensar, pra viajar, que esta obra é aberta, não tem dono, é mente esperta: unidade, comunidade, respeito, paz e dignidade. Evoé em harmonia". (VS)


ACORDEI QUE SONHAVA. De: Claudia Schapira e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Onde: Funarte (al. Nothman, 1.058, tel. 3662-5177). Quando: amanhã, às 21h; sex. e sáb., às 21h; dom., às 20h. Quanto: R$ 12.


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