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TEATRO
Grupo adapta Calderón de La Barca para as ruas
Núcleo Bartolomeu faz vigília hip hop em "Acordei que Sonhava"
DA REPORTAGEM LOCAL
Do palco ao material de imprensa que chega no suporte de
CD, a batida é uma só: o teatro hip
hop. O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos quer consolidar sua
linguagem extraída da cultura das
ruas ao agregar um autor clássico
do século 17, o espanhol Calderón
de La Barca, cuja peça "A Vida É
Sonho" inspira a livre adaptação
"Acordei que Sonhava", que estréia amanhã na Funarte.
Conta a história do príncipe Segismundo, exilado do mundo em
uma prisão, até a vida adulta, pelo
próprio e cruel pai, o rei Basílio,
alertado por oráculos de que seu
filho traria desgraças.
Anos depois, o rei tem uma crise de consciência e dá nova chance a Segismundo. O herdeiro é dopado, tirado do calabouço e colocado no trono. Ao despertar, dependendo de sua reação, lhe será
comunicado que tudo não passou
de um sonho.
"Para nós, o destino de Segismundo pode ser uma metáfora
sobre o povo brasileiro aprisionado na ignorância", diz a atriz e diretora Claudia Schapira. É também um paralelo com a cultura
do hip hop e as formas de arte alternativa dos grandes centros urbanos. "Como forma de protesto,
elas fazem resistência à alienação
dos meios de comunicação", continua Schapira.
No prólogo, um MC (mestre-de-cerimônia) canta: "Te convido
pra pensar, pra viajar, que esta
obra é aberta, não tem dono, é
mente esperta: unidade, comunidade, respeito, paz e dignidade.
Evoé em harmonia".
(VS)
ACORDEI QUE SONHAVA. De: Claudia
Schapira e Núcleo Bartolomeu de
Depoimentos. Onde: Funarte (al.
Nothman, 1.058, tel. 3662-5177).
Quando: amanhã, às 21h; sex. e sáb., às
21h; dom., às 20h. Quanto: R$ 12.
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