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Crítica/"Loki"
Diretor consagra grandeza de artista
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Arnaldo Baptista foi responsável por um dos
momentos mais emocionantes do último Festival do
Rio. No fim da projeção oficial
de "Loki", a platéia cantou "A
Balada do Louco" em coro, em
homenagem ao músico e personagem do filme. O cinema, de
quase 800 lugares, estava lotado, e ele estava na platéia.
É verdade que sessões de festival podem ser traiçoeiras.
Uma platéia amiga pode transformar um filme medíocre em
obra-prima. Mas não parece ter
sido este o caso. "Loki" não é
uma obra-prima, mas foi capaz
de mobilizar a platéia e conduzi-la a esse êxtase emotivo.
Formalmente, "Loki" não alça vôos mais ambiciosos, limitando-se ao formato que alterna imagens de arquivo e depoimentos. Mas, sinceramente,
não precisava. É melhor ter a
presença "inteira" de Arnaldo
Batista, garantindo a grandeza
do que se vê e do que se ouve, do
que correr o risco de perdê-lo
em vaidades formalistas.
O diretor Paulo Henrique
Fontenelle recupera uma das
figuras mais importantes da
música brasileira, líder dos Mutantes, em tom de visível reverência. Podemos até sentir falta
de uma ou outra informação
mais precisa e de imagens capazes de sintetizar melhor a importância do músico do ponto
de vista da linguagem. Mas o filme mantém sua força e Arnaldo Baptista se impõe, grande
artista que é.
LOKI
Quando: dia 26, às 17h, no Unibanco
Arteplex 2
Classificação: não indicado a menores
de 10 anos
Avaliação: ótimo
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