São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Crítica/"Loki"

Diretor consagra grandeza de artista

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Arnaldo Baptista foi responsável por um dos momentos mais emocionantes do último Festival do Rio. No fim da projeção oficial de "Loki", a platéia cantou "A Balada do Louco" em coro, em homenagem ao músico e personagem do filme. O cinema, de quase 800 lugares, estava lotado, e ele estava na platéia.
É verdade que sessões de festival podem ser traiçoeiras. Uma platéia amiga pode transformar um filme medíocre em obra-prima. Mas não parece ter sido este o caso. "Loki" não é uma obra-prima, mas foi capaz de mobilizar a platéia e conduzi-la a esse êxtase emotivo.
Formalmente, "Loki" não alça vôos mais ambiciosos, limitando-se ao formato que alterna imagens de arquivo e depoimentos. Mas, sinceramente, não precisava. É melhor ter a presença "inteira" de Arnaldo Batista, garantindo a grandeza do que se vê e do que se ouve, do que correr o risco de perdê-lo em vaidades formalistas.
O diretor Paulo Henrique Fontenelle recupera uma das figuras mais importantes da música brasileira, líder dos Mutantes, em tom de visível reverência. Podemos até sentir falta de uma ou outra informação mais precisa e de imagens capazes de sintetizar melhor a importância do músico do ponto de vista da linguagem. Mas o filme mantém sua força e Arnaldo Baptista se impõe, grande artista que é.


LOKI
Quando: dia 26, às 17h, no Unibanco Arteplex 2
Classificação: não indicado a menores de 10 anos
Avaliação: ótimo



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