São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Coleção "doméstica" de gravuras passeia pela arte gráfica brasileira

Mostra na Caixa Cultural Sé exibe 180 trabalhos do casal Mônica e George Kornis

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A gravura não é um gênero menor na arte brasileira e nem pode ficar encapsulada em um gueto. A avaliação do casal carioca Mônica e George Kornis é um dos principais pontos que guia a exposição de 180 trabalhos da sua coleção -com um total de cerca de 3.000 gravuras-, que está em cartaz na Caixa Cultural Sé.
"A Gravura Brasileira na Coleção de Mônica e George Kornis" consegue dar um bom panorama da invejável coleção do casal, considerado o mais importante conjunto de obras gráficas no país, seguida de perto pela de Guita e José Mindlin.
Entre os artistas representados há desde nomes históricos de importância inegável, como Oswaldo Goeldi (1895-1961) e Livio Abramo (1903-1992), nomes da "era de ouro" da gravura nacional, nos anos 60, quando artistas como Fayga Ostrower (1920-2001) e Anna Letycia expuseram e ganharam prêmios no exterior, além de contemporâneos que utilizam a linguagem hoje, como Claudio Mubarac e Marco Buti.
"Quisemos formar mesmo uma exposição de tipo painel, com muitos artistas [cerca de cem] e diversas obras", conta a socióloga Mônica, hoje professora da FGV-Rio. "Sempre buscamos formar uma coleção nacional", diz o economista George, hoje professor da Uerj. No entanto, listar nomes e momentos conhecidos da história da gravura não dá conta da diversidade do conjunto.
"Também quisemos dar uma idéia de ambiente doméstico à mostra. Não tem nada de cubo branco aqui, há um acúmulo de quadros por vários ambientes", afirma George. "Reconhecer a gravura como meio artístico forte implicou em prestar atenção em nomes que estão distantes dos grandes centros. E a coleção destaca a produção menos conhecida de artistas famosos em outros suportes."
Assim, a mostra exibe trabalhos de Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves, do Rio Grande do Sul; de Hansen Bahia e Henrique Oswald, da Bahia; de Guido Viaro e Uiara Bartira, do Paraná; entre outros locais. E há raras obras gráficas de nomes como Yolanda Mohalyi (1909-1978), Hélio Oiticica (1937-1980) e Raimundo Colares (1944-1986).


A GRAVURA BRASILEIRA NA COLEÇÃO DE MÔNICA E GEORGE KORNIS
Quando:
de ter. a dom., das 9h às 21h; até 14/9
Onde: Caixa Cultural Sé (pça. da Sé, 111, tel. 3321-4400)
Quanto: entrada franca
Classificação indicativa: livre



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