São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Mostra destaca lado oriental de Guignard

Paisagens de Minas têm diluição das cores e disposição vertical da caligrafia chinesa

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Não são tão mineiros os balões de São João nas telas de Alberto da Veiga Guignard. Se são inconfundíveis as igrejinhas que despontam na paisagem, o resto de sua obra tem ares orientais.
É fato que o barroco mineiro, assunto de primeira ordem para esse artista, tem uma ligação histórica com Índia e China, pelas rotas comerciais dos portugueses. Mas também é fato que Guignard estudou gravuras chinesas e japonesas na Biblioteca Nacional, no Rio.
Essa influência aparece agora com força numa mostra do Instituto Tomie Ohtake, que reúne a produção de pegada oriental de Guignard. "Ele abole a matemática da paisagem", diz o curador da mostra, Paulo Herkenhoff. "É vaporoso e, nas figuras, tudo é caligráfico." Na disposição das árvores, usa a mesma técnica de treliça das gravuras japonesas, com troncos que formam uma barreira e, ao mesmo tempo, emolduram a cena.
Guignard também dispõe os elementos como fazem os chineses, com uma diluição de cores que torna quase translúcida a paisagem. São céus leves, como as pinturas no teto das igrejas mineiras.


GUIGNARD E O ORIENTE: CHINA, JAPÃO E MINAS

QUANDO abertura hoje, às 20h; ter. a dom., 11h às 20h; até 29/8
ONDE Instituto Tomie Ohtake (av. Brig. Faria Lima, 201, tel. 2245-1900)
QUANTO grátis




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