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Mostra destaca lado oriental de Guignard
Paisagens de Minas têm diluição das cores e disposição vertical da caligrafia chinesa
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Não são tão mineiros os
balões de São João nas telas
de Alberto da Veiga Guignard. Se são inconfundíveis
as igrejinhas que despontam
na paisagem, o resto de sua
obra tem ares orientais.
É fato que o barroco mineiro, assunto de primeira ordem para esse artista, tem
uma ligação histórica com
Índia e China, pelas rotas comerciais dos portugueses.
Mas também é fato que
Guignard estudou gravuras
chinesas e japonesas na Biblioteca Nacional, no Rio.
Essa influência aparece
agora com força numa mostra do Instituto Tomie Ohtake, que reúne a produção de
pegada oriental de Guignard.
"Ele abole a matemática
da paisagem", diz o curador
da mostra, Paulo Herkenhoff. "É vaporoso e, nas figuras, tudo é caligráfico."
Na disposição das árvores,
usa a mesma técnica de treliça das gravuras japonesas,
com troncos que formam
uma barreira e, ao mesmo
tempo, emolduram a cena.
Guignard também dispõe
os elementos como fazem os
chineses, com uma diluição
de cores que torna quase
translúcida a paisagem. São
céus leves, como as pinturas
no teto das igrejas mineiras.
GUIGNARD E O ORIENTE:
CHINA, JAPÃO E MINAS
QUANDO abertura hoje, às 20h; ter.
a dom., 11h às 20h; até 29/8
ONDE Instituto Tomie Ohtake (av.
Brig. Faria Lima, 201, tel. 2245-1900)
QUANTO grátis
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