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Fotógrafo italiano expõe vasto mundo
DA REPORTAGEM LOCAL
São mais de 70 imagens de cidades que ocupam, desde ontem, as
paredes da galeria Luisa Strina. Os
visitantes da exposição do fotógrafo italiano Armin Linke encontrarão ali retratos de um vilarejo da Albânia, de uma metrópole na Coréia do Norte ou mesmo
de São Paulo, mas dificilmente
imagens da Itália; Linke é um artista viajante.
Apesar do itinerário ao estilo
aventureiro, o que se vê está longe
de lembrar as imagens documentais ao estilo National Geographic.
Ao contrário destas, que enfocam
povos e costumes, o trabalho de
Linke preocupa-se mais com espaços do que propriamente com
as pessoas.
"Minhas fotos deixam entrever
um pouco da ficção; não quero
que as pessoas olhem e pensem:
"Isto é a realidade". Gosto simplesmente de observar como as estruturas do ambiente interferem na
estrutura social", disse Linke.
Assim, é constante a presença
do vazio nas imagens. São longos
corredores, mercados, descampados. Mesmo numa pista de patinação no gelo apinhada de gente,
o que fica da imagem é o caráter
árido, a amplidão vazia do mundo do lazer.
Se uma enorme reprodução da
vista aérea paulistana -o clássico
mar de prédios- deixa a desejar,
fotos menores impressionam pela
invocação do "deserto do real".
As aglomerações deságuam na
solidão.
(GABRIELA LONGMAN)
Armin Linke
Quando: de seg. a sex., das 10h às 19h;
sáb., das 10h às 17h; até 27/1
Onde: galeria Luisa Strina (r. Oscar
Freire, 502, Jardim Paulista, tel. 3088-2471)
Quanto: entrada franca (as fotos custam
entre 3.000 e 7.000 (R$ 7.800 e R$
18,2 mil)
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