São Paulo, quarta-feira, 23 de novembro de 2005

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Fotógrafo italiano expõe vasto mundo

DA REPORTAGEM LOCAL

São mais de 70 imagens de cidades que ocupam, desde ontem, as paredes da galeria Luisa Strina. Os visitantes da exposição do fotógrafo italiano Armin Linke encontrarão ali retratos de um vilarejo da Albânia, de uma metrópole na Coréia do Norte ou mesmo de São Paulo, mas dificilmente imagens da Itália; Linke é um artista viajante.
Apesar do itinerário ao estilo aventureiro, o que se vê está longe de lembrar as imagens documentais ao estilo National Geographic. Ao contrário destas, que enfocam povos e costumes, o trabalho de Linke preocupa-se mais com espaços do que propriamente com as pessoas.
"Minhas fotos deixam entrever um pouco da ficção; não quero que as pessoas olhem e pensem: "Isto é a realidade". Gosto simplesmente de observar como as estruturas do ambiente interferem na estrutura social", disse Linke.
Assim, é constante a presença do vazio nas imagens. São longos corredores, mercados, descampados. Mesmo numa pista de patinação no gelo apinhada de gente, o que fica da imagem é o caráter árido, a amplidão vazia do mundo do lazer.
Se uma enorme reprodução da vista aérea paulistana -o clássico mar de prédios- deixa a desejar, fotos menores impressionam pela invocação do "deserto do real". As aglomerações deságuam na solidão.
(GABRIELA LONGMAN)

Armin Linke
Quando:
de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h; até 27/1
Onde: galeria Luisa Strina (r. Oscar Freire, 502, Jardim Paulista, tel. 3088-2471)
Quanto: entrada franca (as fotos custam entre 3.000 e 7.000 (R$ 7.800 e R$ 18,2 mil)


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