|
São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003
 |
 |
|
Próximo Texto | Índice
Três novos endereços da cidade oferecem neste final de inverno ambientes sofisticados para apreciadores da bebida Barões do CAFÉ
LUIZ CAVERSAN DA REPORTAGEM LOCAL O que têm em comum um neozelandês que era executivo da IBM na Ásia, um ex-executivo financeiro e membro de tradicional família paulistana e um padeiro francês que ensina a cozinhar na televisão? Café. Eles são respectivamente Marco Kerkmeester, 37, Marco Suplicy, 43, e Olivier Anquier, 43. Respondem pelos mais novos endereços em que se pode degustar cafés de alta qualidade, ambientes sofisticados localizados em áreas nobres da cidade. São novas e interessantes opções para o roteiro gourmet deste fim de inverno. Kerkmeester está abrindo neste final de semana seu Santo Grão Café & Bistrot, localizado na badalada Oscar Freire, em frente ao não menos badalado hotel Emiliano, o das top models. O ambiente é uma mistura de moderno e clássico, com destaque para as madeiras, o conforto de poltronas e mesas dispostas em quatro ambientes (inclusive num estratégico terraço na calçada, para ver e ser visto). Há um ano e meio no Brasil, Kerkmeester operava como executivo na IBM-Ásia. Agora, quer propiciar um ambiente descontraído para que "as pessoas falem o que pensam". E tomem muito café: "Eu sempre fui um bom cliente de café. Com a ajuda do gerente do bar do Museu do Café de Santos e da família de minha mulher, produtores no Brasil, fiz uma seleção de grãos de qualidade provenientes do cerrado mineiro, sul de Minas e Alta Mogiana, em São Paulo". O Santo Grão também servirá drinques e pratos da cozinha internacional, sobretudo os de influência oriental. O recém-inaugurado Café Suplicy, na alameda Lorena, também nos Jardins, é declaradamente inspirado na rede Starbucks, que floresceu nos EUA nos anos 90 e é um "divisor de águas" no hábito dos norte-americanos em direção ao tradicional expresso. O ambiente "clean" é pós-moderno e despojado, aposta na tendência segundo a qual café deve ser degustado confortavelmente, mas investe, principalmente, na qualidade do produto. "Eu trabalho com grãos selecionados de cinco fazendas, todos eles top de linha. Os cafés aqui têm nome e sobrenome, para deixar bem clara a origem controlada", diz Suplicy, primo do senador Eduardo, ex-marido da prefeita Marta, e para quem café bom deve ter temperatura e pressão cientificamente controladas. Em comum entre os dois endereços, as múltiplas opções, que vão do expresso ao frapê, passando por café gelado ou café irlandês. Em ambos, o grão é torrado e moído em máquinas instaladas à vista do cliente, que pode levar o produto para preparar em casa. Já o estabelecimento que receberá o sobrenome do padeiro e cozinheiro francês (ele faz questão de dizer que não é "chef") Olivier Anquier, este será inaugurado no começo de setembro no andar térreo de um simpático edifício da praça Buenos Aires, em Higienópolis. É o resultado de uma trajetória que se iniciou na adolescência de Anquier, quando ele se interessou por uma placa com a inscrição "Café do Brasil" instalada na mercearia de uma tia-avó na França, prosseguiu com a criação de sua linha de pães vendida numa rede de supermercados brasileira e com suas incursões por fazendas de café pelo país afora, o que resultou na colocação no mercado de um produto muito elogiado pelos especialistas. "Mas, quando cheguei ao Brasil, no final dos anos 70, fiquei decepcionadíssimo com a baixa qualidade do café que se bebia por aqui. Mais recentemente, vi a invasão de boas marcas importadas, enquanto o café brasileiro de qualidade era todo vendido para o exterior. Isso me motivou a procurar uma produção de alto nível, o que encontrei na cooperativa com a qual estou trabalhando e que vai fornecer o produto para mim", diz Anquier, que também vai oferecer tortas, croissants, quiches e uma variedade de pratos rápidos à base de ovos, além de outros produtos de sua grife. Próximo Texto: Beat da sarjeta Índice |
|
|
