São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Galeria de Arte do Sesi exibe gravuras raras do Japão antigo

Obras gráficas pertencem ao Instituto Moreira Salles e ficam em cartaz até março

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O público que for à Galeria de Arte do Sesi poderá conhecer um pouco mais do que era a "sociedade do espetáculo" do Japão dos séculos 18 e 19. A exposição "Japão: Mundos Flutuantes" é aberta hoje, para convidados, e tem como principal foco um conjunto precioso de 155 gravuras ukiyo-e, estilo popular no país asiático entre os séculos 17 e 19.
As xilogravuras pertencem à coleção do IMS (Instituto Moreira Salles), que organiza a mostra, com curadoria da professora de Madalena Hashimoto, 52, professora de literatura japonesa da USP e artista plástica. "Existem séries bastante raras sendo expostas. Quase a totalidade da coleção do instituto está sendo exibida, e seu estado de conservação é muito bom", diz ela.
Na exposição, há artistas renomados do ukiyo-e, como Utagawa Hiroshige (1797-1858) e Utagawa Kunisada (1823-1880), mas há também nomes menos famosos, porém com trabalhos de grande apuro.
Hashimoto dividiu a exposição em três segmentos: lugares e figuras bonitas; poesia e prosa; e teatro. Este último representa cerca de 60% da mostra. "É muito interessante perceber como foi construída toda essa iconografia do mundo teatral.
Com o tempo, os atores vão ficando mais famosos e reverenciados, e isso transparece nas gravuras", conta ela.
Como exemplo, há gravuras mortuárias, nas quais vários personagens da carreira de nomes de peso das artes cênicas da época são retratados todos juntos, em uma homenagem póstuma. Histórias famosas, como a dos 47 samurais, são tema de numerosas séries.

Retratos e auto-retratos
E a própria Hashimoto é tema de uma outra exposição que compõe "Mundos Flutuantes", onde Claudio Mubarac, importante nome da gravura brasileira, faz uma espécie de retrospectiva da obra gráfica de Hashimoto, apresentando 74 trabalhos dela, de 1981 até hoje.
"É uma obra feita com muito recolhimento, tanto que boa parte dela foi exibida só em ocasiões restritas, nunca em conjunto, como agora", diz o curador. O destaque são duas paredes de vidro, nas quais gravuras de um livro ainda inacabado da artista podem ser vistas dos dois lados do aparato.
Completa "Mundos Flutuantes" uma série de 160 fotografias do nipo-brasileiro Haruo Ohara (1909-1999).



JAPÃO: MUNDOS FLUTUANTES
Quando: abertura hoje, às 19h30 (convidados); seg. , das 11h às 20h, ter. a sáb., das 10h às 20h, e dom., das 10h às 19h; até 1/3/2009
Onde: Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 3146-7405); livre Quanto: entrada franca




Texto Anterior: Suspense de baixo orçamento, longa de estréia parece trem desgovernado
Próximo Texto: Teatro: Peça de Yazbek tem leitura hoje no Masp
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.