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Galeria de Arte do Sesi exibe gravuras raras do Japão antigo
Obras gráficas pertencem ao Instituto Moreira Salles e ficam em cartaz até março
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O público que for à Galeria de
Arte do Sesi poderá conhecer
um pouco mais do que era a
"sociedade do espetáculo" do
Japão dos séculos 18 e 19. A exposição "Japão: Mundos Flutuantes" é aberta hoje, para
convidados, e tem como principal foco um conjunto precioso
de 155 gravuras ukiyo-e, estilo
popular no país asiático entre
os séculos 17 e 19.
As xilogravuras pertencem à
coleção do IMS (Instituto Moreira Salles), que organiza a
mostra, com curadoria da professora de Madalena Hashimoto, 52, professora de literatura
japonesa da USP e artista plástica. "Existem séries bastante
raras sendo expostas. Quase a
totalidade da coleção do instituto está sendo exibida, e seu
estado de conservação é muito
bom", diz ela.
Na exposição, há artistas renomados do ukiyo-e, como
Utagawa Hiroshige (1797-1858) e Utagawa Kunisada
(1823-1880), mas há também
nomes menos famosos, porém
com trabalhos de grande apuro.
Hashimoto dividiu a exposição em três segmentos: lugares
e figuras bonitas; poesia e prosa; e teatro. Este último representa cerca de 60% da mostra.
"É muito interessante perceber
como foi construída toda essa
iconografia do mundo teatral.
Com o tempo, os atores vão ficando mais famosos e reverenciados, e isso transparece nas
gravuras", conta ela.
Como exemplo, há gravuras
mortuárias, nas quais vários
personagens da carreira de nomes de peso das artes cênicas
da época são retratados todos
juntos, em uma homenagem
póstuma. Histórias famosas,
como a dos 47 samurais, são tema de numerosas séries.
Retratos e auto-retratos
E a própria Hashimoto é tema de uma outra exposição que
compõe "Mundos Flutuantes",
onde Claudio Mubarac, importante nome da gravura brasileira, faz uma espécie de retrospectiva da obra gráfica de Hashimoto, apresentando 74 trabalhos dela, de 1981 até hoje.
"É uma obra feita com muito
recolhimento, tanto que boa
parte dela foi exibida só em
ocasiões restritas, nunca em
conjunto, como agora", diz o
curador. O destaque são duas
paredes de vidro, nas quais gravuras de um livro ainda inacabado da artista podem ser vistas dos dois lados do aparato.
Completa "Mundos Flutuantes" uma série de 160 fotografias do nipo-brasileiro Haruo
Ohara (1909-1999).
JAPÃO: MUNDOS FLUTUANTES
Quando: abertura hoje, às 19h30 (convidados); seg. , das 11h às 20h, ter. a
sáb., das 10h às 20h, e dom., das 10h às
19h; até 1/3/2009
Onde: Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 3146-7405); livre
Quanto: entrada franca
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