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ERUDITO
Cidade assiste a dois programas barrocos, além de música de câmara, como a do Quarteto Aviv, e vozes de madrigal
Série de concertos produz "quarta quente"
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os responsáveis por espetáculos
de música erudita em São Paulo
acordaram inspirados ao definir a
programação desta quarta-feira.
Há em primeiro lugar dois
grandes concertos de música barroca, ambos com fins beneficentes e, por isso, com ingressos bem
mais caros. A Tucca (Associação
para Crianças e Adolescentes com
Tumor Cerebral ) fará hoje e amanhã, no Mosteiro de São Bento, a
"Missa em Si Menor", de Johann
Sebastian Bach (1685-1750), ouvida pela última vez por aqui em
2001, com a Osesp.
Mas desta vez os intérpretes trarão instrumentos do século 18
com a afinação da época. Eles
compõem a Orquestra Barroca de
Haia, cidade holandesa que é um
dos centros de excelência na pesquisa e ensino do repertório daquele período.
Composta em 1724, a "Missa",
que traz o número 232 no catálogo BWV, é a mais conhecida entre
as cinco do compositor. Ela se divide em 31 partes e é a única não
escrita para a liturgia luterana.
Outro bom concerto barroco
ocorrerá na Sala São Paulo, apenas hoje, e está na programação
da Care, uma das maiores e mais
antigas organizações filantrópicas
de atuação mundial.
Os músicos serão os italianos da
Academia de li Musici & Coro
Athestis, com 15 instrumentistas e
27 vozes. Farão uma única peça litúrgica, o "Gloria", do padre Antonio Vivaldi (1678-1741).
É uma das duas com o mesmo
nome que Vivaldi escreveu, tornando-se a mais conhecida de
suas produções litúrgicas.
Algo vivamente aconselhado
aos melômanos que precisam se
desintoxicar das repetitivas peças
do "L'Estro Armonico", o mais famoso conjunto de composições
orquestrais de Vivaldi.
São Paulo terá em seguida duas
boas opções em música de câmara. A primeira delas será o Quarteto Aviv, de Israel, no Espaço
Cultural BankBoston.
Hoje e sexta o quarteto -Sergey Ostrovsky (violino spalla),
Evgenia Epshtein (violino), Shuli
Waterman (viola) e Rachel Mercer (violoncelo)- fará Haydn,
Chostakovich e Mendelssohn.
Amanhã fará Mozart, Chostakovich e Schubert (dele, o D887, o
segundo mais bonito e conhecido
dos 14 quartetos por ele escritos).
A segunda opção de câmara é a
dos músicos da Banda Sinfônica
do Estado, no teatro Sérgio Cardoso. É uma formação que vem
merecidamente ampliando seu
público, com a descoberta de que
o repertório não se faz apenas
com instrumentos de cordas.
Serão ao todo quatro concertos
para solistas de sopro entre hoje e
novembro. No programa desta
noite, peças de Darius Milhaud,
Francis Poulenc, Jacques Ibert,
Claude Debussy e Renato Camargo (flautista da formação).
Por fim, um espetáculo de música coral. O Madrigal Crescendo
-15 vozes femininas, e 12 masculinas- exibe-se no teatro São Pedro, sob a regência do veterano
maestro Diogo Pacheco.
O programa é belíssimo e eclético, com peças francesas, inglesas,
espanholas e italianas do período
barroco e ainda músicas americanas e brasileiras do século 20.
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