São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Cidade vê duas boas formações de câmara

Academia de Música Antiga de Berlim e Solistas de Trondheim tocam até quarta

Alemães executam Mozart no Cultura Artística, e noruegueses também apresentam Svendsen e "Bachiana" de Villa-Lobos

Divulgação
Músicos da Academia de Música Antiga de Berlim; conjunto dedica dois programas a Mozart


JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas boas formações de câmara voltam à cidade neste início de semana. Amanhã e quarta, no Cultura Artística, será a vez da Academia de Música Antiga de Berlim, com dois programas dedicados a Mozart, do jeito -instrumentos e afinação- que os austríacos o ouviam no fim do século 18. O grupo veio aqui em 2004.
Hoje e amanhã, no teatro Alfa, o Mozarteum Brasileiro traz o conjunto norueguês Solistas de Trondheim, com programa que inclui Mozart -o "Concerto para Piano nš 13", tendo Per Tengstrand como solista-, Svendsen e Heitor Villa-Lobos. O conjunto esteve por aqui pela última vez em 2003.
Vejamos a Academia de Música Antiga. Ela foi formada em 1982, na então Berlim Oriental. Tomou, tardiamente, carona no movimento já implantado em Colônia, Viena, Londres ou Haia, que pesquisava formas originais de interpretação.
Duas colaborações recentes reforçam o pedigree do conjunto. Ele tem sido dirigido pelo contratenor e maestro belga René Jacobs, um dos grandes especialistas europeus em repertório barroco. Foi ainda o grupo que gravou, em 2001, CD com árias de Gluck, pela ótima mezzo italiana Cecilia Bartoli.
Entre os solistas da academia, estão a soprano Yeree Suh -com "Exultate, Jubilate, K 165", de Mozart. Os outros solistas são o flautista Christoph Huntgeburth, a violinista Midori Seiler e o fagotista Christian Beuse, com peças de Mozart para seus instrumentos.
Quanto aos Solistas de Trondheim, mesmo menos conhecidos, a impressão que deixaram em São Paulo foi de entusiasmo, eloqüência e precisão ao abordar o repertório. Pelo Mozarteum, eles também farão concertos em Santos, no dia 28, e em Ribeirão Preto, no dia 29.
A inclusão de uma peça de Villa-Lobos no programa é uma prova de delicadeza cultural. Será a "Bachianas nš 9", a última que o compositor brasileiro escreveu, concluída em 1945 e estreada dois anos depois.
"Enquanto os violinos cantam de forma lírica e modinheira o que seria brasileiro, os baixos em contraponto tocam a fuga, na forma que foi eternizada por Bach", disse Villa-Lobos, segundo Eddynio Rossetto, em nota para o programa.


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