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MÚSICA
Mesclando rap, rock e punk, o grupo apresenta o show "Queremos Sua KBÇA" hoje no Centro Cultural SP
Pavilhão 9 mostra "música de atitude"
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
free-lance para a Folha
Eles começaram em 92, com um
explosivo "Primeiro Ato". Denunciaram injustiças sociais e criticaram a violência policial, sofreram ameaças e passaram a se apresentar encapuzados.
Dois anos depois, mantendo o
discurso incisivo, chegaram a
"Procurados Vivos ou Mortos",
resultando em novas polêmicas.
Somando baixas -músicos que
deixaram a banda para seguir carreira solo-, sem largar um segundo a crônica pesada sobre as
mazelas da periferia, em 97 culminaram com "Cadeia Nacional".
Hoje, com direito a banda, guitarras, baixo e bateria, além das
colagens ("scratches"), o grupo
de rap -mais hardcore do que
nunca- Pavilhão 9 se apresenta
no Centro Cultural SP, mostrando
o show "Queremos Sua KBÇA".
"Queremos sua cabeça e a de todo mundo para colocar idéias",
dispara Rho$$i, o vocalista e um
dos fundadores do grupo.
Em um show "curto, grosso e
com muita informação", o grupo
apresentará músicas do último
disco e os sucessos da carreira.
Além da música título do show,
compõem o repertório "Grito de
Liberdade", "Verdade Crua",
"Mandando Bronca", "Otário
Fardados" e "Mão na Cabeça"
(de Marcelo D2), entre outras.
Discriminados por unirem rap
(ritmo e poesia, em inglês) ao rock
e ao punk, segundo Rho$$i, o grupo levará ao público músicas de
atitude, buscando informar e quebrar o preconceito.
"Há muita hipocrisia na música
e no seu consumo. As letras do Pavilhão não perderam o sentido,
apenas ficaram mais maduras e
ganharam novos elementos da
cultura de rua. Assim como os capuzes remetem a rostos, elas representam as vozes de muitas pessoas", explica o vocalista, que no
últimos anos subiu ao palco ao lado de Sepultura e Planet Hemp.
O vocalista explica ainda que a
música de atitude é aquela que denuncia os problemas sociais e exige uma postura do ouvinte. Em
"Queremos Sua KBÇA" aborda-se temas como prostituição infantil, violência policial e drogas."
"O mundo fecha os olhos e vai
entrando pela boquinha da garrafa, enquanto na favela há cada vez
mais bares do que escolas", diz.
Acompanhado de Blindado
(guitarra), Marinho (baixo), Ortega (guitarra), Thunder (bateria) e
Doze (vocal), Rho$$i assegura
que, além "de trocar uma idéia"
com a platéia, abrirá espaço para
uma "jam session".
Show: Queremos Sua KBÇA, com Pavilhão 9
Quando: hoje, às 18h30
Onde: Centro Cultural São Paulo - sala
Adoniran Barbosa (R. Vergueiro, 1.000, tel.
277-3611 r. 250)
Quanto: R$ 10
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