DA REDAÇÃO

Seu nome definitivamente não pode mais ser acompanhado por "inédito" ou "primeira vez", mas Julian Liberator ainda tem bons motivos para vir tocar no Brasil.
Hoje, no Club, dentro do projeto Scream Club, do paulistano Alex S., o DJ inglês fará sua sétima aparição para as pistas do país (a primeira aconteceu em 97).
Liberator tem público fiel no Brasil, já acostumado ao seu vibrante tribal tecno. Nesses seis anos de idas e vindas, ele nota mudanças no cenário de música eletrônica daqui. "Acho que, quando vim pela primeira vez, ainda não havia muitas pessoas que conheciam tecno, mas quem frequentava os clubes era muito interessado. Hoje a estrutura é bem maior, o público também."
O crescimento do tecno no país contrasta, para Liberator, com uma estagnação do gênero na Inglaterra. "O Brasil tem uma das cenas mais pesadas e fortes do mundo. Na Europa e nos EUA, parece que o tecno está decaindo. Não vejo muitas pessoas saindo."
Sobre a noite de hoje, no Club, Liberator diz que fará set fincado no tribal tecno, mas com bastante variação. "Gosto de tocar muita percussão, privilegiando batidas, diversificando ritmos. Alguns DJs normalmente não mudam os grooves, fica um som linear o tempo todo. Prefiro deixar o "vibe" do público mudando sempre."
Com 36 anos -e namorada brasileira-, Julian Liberator é um dos principais nomes do tecno underground inglês.
No começo dos anos 90, ao lado de Chris e Aaron, ele criou o clã Liberator. O grupo promovia e comandava raves alternativas às festas comerciais que pipocavam nos finais de semana em Londres e arredores. Para distribuir suas músicas (e de outros produtores de quem gostavam), o grupo criou vários selos, como 4x4, Stay Up Forever e Cluster.
Em setembro, Julian pretende colocar nas lojas o disco "True Defective". "Antes lançarei uma música com dois remixes. Tem umas cinco pessoas que já mostraram interesse e outras cinco em que eu estou interessado."