São Paulo, sábado, 27 de abril de 2002

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TEATRO

Projeto na Oficina Cultural Oswald de Andrade inclui espetáculos, leituras dramáticas e debates sobre o dramaturgo

Mostra sobre Plínio Marcos começa hoje

Jefferson Pancieri/Divulgação
Ângela Barros e Valéria Pontes em "Abajur Lilás", do dramaturgo Plínio Marcos, que estréia hoje


DA REDAÇÃO

Começa hoje, às 20h, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, a mostra "Plínio Marcos - Na Trilha dos Saltimbancos". O início do evento se dá com "Abajur Lilás", peça encenada por Sérgio Ferrara.
De hoje a 5 de junho, serão trazidos ao prédio histórico da oficina -à qual foi dado o nome do homem que certa vez, com esperança e alguma rispidez, chamou o teatro brasileiro de "enjeitado"- seis textos do dramaturgo.
Os espetáculos escolhidos já fizeram ou fazem temporada. As produções vêm com suas concepções integrais ao espaço, que pode ser adaptado para, por exemplo, palco italiano e arena. "Creio que a sala cria um clima mais intimista", diz Antonio Carlos Sartini, 41, organizador da mostra.
Após "Abajur Lilás", que conta as desventuras de três prostitutas dominadas pelo cafetão Giro, entra em cartaz "Balada de um Palhaço", segunda e terça, com direção de Tanah Corrêa. O texto relata as agruras de dois palhaços de um circo decadente. Um está mais interessado na sobrevivência e outro busca a felicidade, representada pela entrega ao ofício.
Segue a meditação de Plínio Marcos sobre a arte, "A Mancha Roxa", dirigida por Roberto Lage. Trata do universo prisional feminino e aborda como tema a Aids. As apresentações ocorrem em 13 e 14 de maio.
Heterogênea, perpassando diferentes momentos e fases, a mostra retoma o mundo ácido dos párias da sociedade e volta com "Homens de Papel", texto encenado por Antonio de Andrade nos dias 20 e 21 de maio.
Arrematam a galeria de peças, por coincidência, dois textos que retratam casais em crise. Enquanto "Quando as Máquinas Param" (27 e 28 de maio), por Joaquim Goulart, tem como móvel o desemprego, "A Dança Final" disseca o drama da impotência sexual. Suas apresentações acontecem nos dias 3 e 5 de junho.

Frota
Seria também incluída em "Plínio Marcos - Na Trilha dos Saltimbancos" a encenação de "Navalha na Carne", em versão de Eduardo Tolentino e o grupo Tapa. Constatou-se, porém, que os direitos autorais da peça já tinham comprador. O nome dele: Alexandre Frota.
Segundo sua assessoria, porém, Frota pretende se desfazer dos direitos e já está negociando a desistência com a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais). A carga intensa de trabalho é o motivo apontado.
A partir de 6 de maio, é a vez das leituras dramáticas ocuparem o projeto. "Jornada de um Imbecil até o Entendimento", "O Bote da Loba", "O Gadjo Aprendiz" e "Dois Perdidos numa Noite Suja" serão debatidas, dirigidas e lidas por, entre outros, Aimar Labaki, Leona Cavalli, Louise Cardoso e Marco Antonio Rodrigues.
Além das encenações e das leituras, haverá debates sobre Plínio Marcos a partir de diferentes prismas: as peculiaridades da obra (15/5), da personalidade (22/5) e do artista (29/5). Entre os palestrantes, Beth Néspoli, Jefferson del Rios, Oswaldo Mendes e Vera Artaxo, viúva de Plínio Marcos.
A entrada para todas as atividades é franca. Recomenda-se retirar os convites com duas horas de antecedência. Segundo a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a programação está sujeita a alterações. (PEDRO IVO DUBRA)


ABAJUR LILÁS. Texto: Plínio Marcos. Direção: Sérgio Ferrara. Com: Esther Góes, Sérgio Rufino, Ângela Barros, Valéria Pontes e Elder Fraga. Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade (r. Três Rios, 363, tel.: 221-4704). Quando: hoje, às 20h, e amanhã, às 19h.



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