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Entre reações de amor e ódio, Cansei de Ser Sexy lança seu primeiro disco
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Chegou. "Cansei de Ser Sexy", o
disco que vem sendo comentado,
aguardado, antecipado, criticado/festejado há mais de dois anos
-bem, desde que a banda homônima foi criada-, está nas lojas
brasileiras desde ontem.
É o primeiro lançamento do selo Trama Virtual, site (www.tra
mavirtual.com.br) em que milhares de bandas independentes
do país utilizam para colocar
MP3s, divulgar canções, contar
suas histórias, trocar informações
etc. Foi ali, também, que a vida do
Cansei de Ser Sexy tomou forma.
Sim, o grupo -um sexteto de
cinco garotas e um garoto, que se
dividem entre instrumentos convencionais, como guitarras e baterias, e bases eletrônicas- existe
há apenas dois anos, mas já 1) tocaram no Tim Festival, em 2004;
2) tocaram no Campari Rock, em
2005; 3) tocaram em todo o circuito paulista de clubes, além de outros Estados; 4) foram tema de reportagem do jornal britânico
"Observer"; 5) emplacaram músicas na trilha de "Simple Life" e do
game "The Sims".
"Foram muito intensos esses
dois anos!", anima-se a vocalista,
Luíza Lovefoxxx.
E lançaram o(s) disco(s). Além
de "CSS", a banda fez "CSS
Suxxx", disco de sete canções inéditas/em versões diferentes que
será vendido nos shows. Por que
tudo isso? "Porque senão teríamos um CD com 21 músicas, ficaria muito chato, muita coisa não
combinava", justifica a guitarrista
Ana Rezende.
Desde que apareceu, o CSS vem
se apresentando em casas e festivais de perfil roqueiro, mas suas
músicas também animam pistas
eletrônicas, de electro principalmente. "Mas não somos banda de
electro. Somos banda de rock",
diz Adriano Cintra, baterista e
produtor das músicas. "Ah, não,
não é banda de rock, vai", diz Lovefoxxx. "Mas tem guitarras, baixo, bateria", justifica Cintra. "E é
legal falar que é de rock só para
deixar os roqueiros irritados. Roqueiro tem uma cabeça... Usa fantasia de roqueiro, só ouve música
de roqueiro, coisa chata." "Brincadeira...", disfarça.
A atitude "nem aí" da banda
chega a enfurecer público/bandas/alguns jornalistas. "Esse povo
acha que a música tem que ter um
significado maior, sério", afirma
Ana Rezende (guitarra). "O rock é
um dogma", dispara Adriano.
"Parece que deve-se seguir uma
cartilha... Mas também não somos eletrônicos. Eletrônico é o
Hell's", diz ele, referindo-se ao
lendário after-hours paulistano.
A discussão rock/electro e as
críticas que o CSS sofre continua.
"A formação é de banda de rock",
diz Carol Parra (guitarra). "Fomos acolhidos pelo povo do electro. Mas somos mesmo é pop",
define Luiza Sá (guitarra).
Sobre o fato de serem amados/
odiados: "É legal, pelo menos não
nos vêem com indiferença", afirma Rezende. "A maioria das pessoas que nos odeia nem tem argumentos", aponta Cintra. "Apenas
dizem: "Ah, o Cansei é ridículo"."
"Existe uma pré-disposição de
não gostar. Em dois anos, sem um
CD, tivemos exposição grande na
mídia, muita gente falou de nós",
diz Rezende... "Estávamos em casa, tranqüilos, e a gravadora bateu
na nossa porta, ofereceu várias
coisas, tocamos no Tim Festival
sem ter disco lançado. E muito
disso, dessas críticas que nos fazem, é machismo", afirma Cintra.
"Você ouve o rádio e o que encontra são bandas que seguem
uma fórmula ou coisas dos anos
80", diz Ira Trevisan (baixo). "O
Brasil é carente de uma cena." Então porque deu certo? "Porque
existia uma lacuna", responde Rezende. Parece que não mais.
Cansei de Ser Sexy
Quando: hoje, a partir das 21h
Onde: Rose Bom Bom (r. Luís Murat, 370,
São Paulo, tel. 0/xx/11/3813-3365)
Quanto: de R$ 20 a R$ 40
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