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Escalação prioriza "jazz
de vanguarda"
DA REDAÇÃO
Ainda deu para resistir à tentação. Em vez de usar a cada
vez mais comum estratégia de
apelar para estrelas do pop
adotada por seus congêneres,
o Chivas Jazz Festival chega à
sua quarta edição crente de
que pode encher o DirecTV
Music Hall, em São Paulo, e a
Marina da Glória, no Rio de Janeiro, apenas com ouvintes
dispostos a encarar horas de
improviso musical.
"Mantivemos a tradição de
trazer músicos menos prováveis. Gente que ninguém se interessou em trazer antes, mas que são importantes na história do jazz de vanguarda", diz
Toy Lima, produtor do festival.
Pelo menos em relação ao
ano passado, as atrações dessa
edição são mais representativas. Em 2002, os palcos foram
dominados por esforçadas
atrações européias. Neste ano,
desfilam músicos seminais,
"revelações" e vanguardistas
vindos dos Estados Unidos, todos enquadrados nas variantes
do jazz.
Embora os norte-americanos prevaleçam, a última noite
do festival em São Paulo promete ser a mais emocionante.
E isso graças ao pianista brasileiro Dom Salvador, que não se
apresenta por aqui há 30 anos.
Além de Arthur Blythe, os
vanguardistas de outrora que
vêm ao festival são o pianista
canadense Paul Bley, o baterista Paul Motian e o saxofonista
Lee Konitz. Este último leva ao
palco uma versão do seu noneto com três brasileiros.
Entre os músicos escalados
para acompanhar o velho
mestre, está o guitarrista paulistano Djalma Lima, que há
três semanas estuda as partituras.
O que os organizadores do
festival estão chamando de revelações na verdade já têm
uma extensa folha corrida de
serviços prestados ao jazz.
Já em seu quarto disco, o pianista Jason Moran montou
uma constelação com as estrelas vindas da crítica. A cantora
Mary Stallings vem mostrar
que não perdeu a forma que tinha nos anos 60. Com uma
carreira iniciada em 1992, o saxofonista Eric Alexander é
uma alternativa viável ao seu
confrade Joshua Redman.
(EF)
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