São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

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SHOW

Em sua quinta edição, Todos os Cantos do Mundo apresenta o grupo francês Paris Combo e a tibetana Yungchen Lhamo

Festival traz world music "universal"

DA REDAÇÃO

O Sesc Pompéia abre a partir de hoje espaço para os mais variados sons do planeta. Mas o festival Todos os Cantos do Mundo pretende ultrapassar as armadilhas da world music: quer world music para ser apreciada por qualquer um e em qualquer lugar, e não apenas em sua origem.
"Escolhemos para o festival artistas que permanecem fiéis às suas raízes, mas que são acessíveis ao público brasileiro. Não é um evento puramente étnico", diz a cantora Fortuna, diretora artística do evento.
O festival inicia hoje a sua quinta edição com o grupo francês Paris Combo e segue no sábado e no domingo com o jamaicano Stanley Beckford. Para a semana que vem, estão escaladas Amal Murkus (cantora nascida em Israel, mas que se considera palestina) e a tibetana Yungchen Lhamo.
"A proposta é tornar acessíveis coisas que jamais chegariam ao Brasil. E por uma faixa de preço razoável", diz Fortuna. "E é um resgate de humanidade e cidadania, porque o diálogo entre platéia e artistas e entre os próprios artistas acordam regiões adormecidas do público."
Todos os artistas são inéditos no Brasil -um dos critérios da curadoria do evento, além de serem "reconhecidos no panorama da música internacional".
Os franceses do Paris Combo, por exemplo, têm disco de platina em seu país e uma agenda disputada. "Eles fazem uma nova versão do "chansonier" francês, a tradição da música de cabaré, mas numa nova roupagem, com muita influência da vida de Paris e música cigana", afirma Fortuna. Pode-se esperar ritmos jazzísticos com toques latinos.
Nem tão preocupado com novas roupagens está o jamaicano Stanley Beckford. Aos 62 anos, é um dos expoentes do mento, gênero considerado um dos precursores do reggae. No ano passado, lançou o CD "Plays Mento".
Nascida em Israel, Amal Murkus tem passaporte israelense, fala hebraico, mas se considera representante do povo palestino. Está no festival porque sua música "é elegante e poética", diz Fortuna.
Yungchen Lhamo é uma das mais proeminentes vozes que se colocam a favor da libertação do Tibet pelos chineses. Em 1989, ainda adolescente, fugiu para a Índia com um grupo de amigos atravessando o Himalaia. A pé.
Foi parar nos EUA, e gravou um disco pelo selo de Peter Gabriel (Real World). No Brasil, apresenta-se com um quarteto.
Além dos artistas internacionais, Todos os Cantos do Mundo traz gente do mundo daqui. Para as noites do Paris Combo, o evento escalou também Virginia Rosa. Nos dias de Stanley Beckford, Chico César; com Amam Murkus, Nana Caymmi. E ao lado de Yungchen Lhamo, a cantora mineira Ceumar.


TODOS OS CANTOS DO MUNDO. Festival com artistas nacionais e internacionais. Onde: Sesc Pompéia - teatro (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700). Quando: hoje, amanhã, dias 31/1, 1º/2 e 5 a 8/2. Quanto: de R$ 7 a R$ 20. Inf. www.sescsp.org.br/sesc/ hotsites/todososcantos/


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