O inglês Four Tet e a Open Field Church (SP) abrem hoje o festival Troca Brahma, que segue em julho para o Reino Unido

DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Reunir artistas de diferentes culturas e dar a eles a chance de fazer música juntos é a idéia do Troca Brahma, que tem início hoje no Studio SP. Na noite de abertura, tocam o inglês Kieran Hebden -o Four Tet- e a Open Field Church, coral de São Paulo que reúne gente de bandas como Blue Afternoon, Vurla e Lulina e os Causadores.
O intercâmbio será promovido em duas etapas, primeiro no Brasil e depois no Reino Unido, nas quais os convidados tocarão músicas próprias e outras feitas com o parceiro da noite.
No domingo, o público assiste ao rock experimental do gaúcho Tony da Gatorra, ao samba do paulistano Rômulo Fróes e às performances do galês Gruff Rhys, do Super Furry Animals, e do escocês King Creosote.
Entre 26 e 29 de julho, Londres, Liverpool e Glasgow recebem os shows, com atrações como Mutantes, JD Twitch (Optimo), Bonde do Rolê, Radioclit e Amanda Blank.
"É uma chance de o público ver e ouvir bandas às quais não teria fácil acesso", diz Neil Mowat, um dos idealizadores do evento, que em 2006 teve shows de Seu Jorge, 1990s e Nereu (Trio Mocotó), entre outros. Segundo Mowat, o festival prioriza bandas novas e expressivas. "Há um grande mercado para a música brasileira mais tradicional, mas acho que culturalmente é importante ouvir talentos independentes."
Durante o intercâmbio, a equipe do Troca Brahma produzirá podcasts, que serão lançados em agosto no site www.trocabrahma.com.
Coral indie
Surgida em 2003 em um show no meio da rua, "com o objetivo de fazer a música tocar a alma dos passantes, a Open Field Church é algo entre um coral e um monte de gente cantando ao mesmo tempo, uma intervenção sonoro-visual no cotidiano dos desavisados", diz Guilherme Barrela, um dos idealizadores do projeto. No palco, cerca de 15 pessoas entoam clássicos e novidades. "Já cantamos Vaselines, Mutantes, Arcade Fire, Nirvana, Pastels, Stevie Wonder", conta Barrela.