especial para a Folha

Talvez o nome do guitarrista Tonho Penhasco ainda soe pouco familiar, mas você certamente já o ouviu tocando com Tom Zé, Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé ou Skowa e a Máfia.
Confirmando a tendência de músicos que vêm gravando bem mais tarde seus discos de estréia, Penhasco, 43, lançou há pouco o CD "Traquitana", cujo repertório ele mostra em show hoje.
"Achava que o trabalho tinha que amadurecer mais", assume o exigente compositor paulista, justificando o fato de só gravar o primeiro disco 13 anos depois de liderar sua primeira banda.
A demorada maturação sonora trouxe resultados. "Traquitana" reúne uma série de composições inéditas que chama a atenção pela originalidade de letras e arranjos.
"Tem gente de MPB que acha que a nossa música é rock. E tem gente de rock que jura que é MPB. Nós chamamos de MPB nervosa", conta Penhasco. Essa diversidade de opiniões se justifica. Levadas de samba, funk e reggae convivem com frases de blues e rock pesado, nas composições do guitarrista.
"Não sigo regras. Gosto de misturar coisas sem um plano predeterminado", explica.
Outro elemento que explica a singularidade do trabalho de Penhasco é o modo como ele compõe letras -finalizadas só depois de ouvir "palpites" de amigos como Zeca Baleiro, Maurício Pereira, Roberto Sampaio, Carlos Magno e Fernanda Pompeo.
"Não sou um cancionista, como um Chico César. Muitas das canções já têm melodias e arranjos prontos antes de ganharem letra. Chegar até ela é uma aventura", explica o guitarrista.
(CC)
Show: Penhasco e Banda Músicos: Tânia Murakami (teclados e vocais), Henrique Alves (baixo) e Luciano Curumim (bateria) Quando: hoje, às 22h Onde: Anexo Domus (r. Cardeal Arcoverde, 206, Pinheiros, tel. 011/853-5732) Quanto: R$ 10; mais R$ 5 de consumação mínima


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