São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice MICROCRÍTICAS O DIA EM QUE O BAMBU QUEBROU NO MEIO ARTHUR MUHLENBERG E PEDRO ASBEG "Bezerra da Silva não pode morrer, Bezerra é o nosso Elvis Presley." A frase, de Sérgio Gatinho, é uma das pérolas que estão neste documentário, gravado no dia 17 de janeiro deste ano -quando morreu e foi velado Bezerra. Munidos de câmera e uma boa idéia, os diretores rumaram para o teatro João Caetano (Rio), onde o corpo do velho malandro era velado, e registraram vários dos compositores populares -e anônimos- que foram se despedir de seu principal intérprete. A homenagem a Bezerra se dá assim, pela valorização dessa gente humilde, pobre e favelada, que compunha os retratos do cotidiano das favelas e do Rio de Janeiro tornados famosos na voz do cantor. Gente como Gilmar Simpatia, Chico da Curimba, Sarabanda, Nilson Reza Forte, Crioulo Doido e Preto Maneiro. Há ainda a participação do impagável Dicró, que ensina: "Toda pessoa, quando morre, fica legal. Mas com o Bezerra não tem esse negócio de [precisar] mentir". (MARCO AURÉLIO CANÔNICO) Quando: hoje, às 16h, no Cinesesc JONA/TOMBERRY ROSTO Antes de assistir ao holandês "Jona/Tomberry" são necessárias algumas recomendações. Quem é ideologicamente contra experiências que sugerem alucinações deve ficar longe da sala de cinema. Bem longe também devem ficar aqueles que ainda acreditam que filmes sempre devem ter historinhas. Dito isso, "Jona/Tomberry" é uma reflexão sobre os limites entre o mundo real e o mundo da imaginação e trabalha nessa tentativa quase metalingüística de conversa entre diferentes dimensões. Antes disso, trata-se daquelas produções que têm mais cara de jogo de videogame, no sentido de criação de cenários à base dos mais sofisticados recursos de computação. Nessa experiência de sons e imagens, vale ver nem que seja só para admirar as belas cenas. Se você não entender nada, não se preocupe, você pegou o bonde andando. "Jona/ Tomberry" é a terceira parte do projeto "Mind My Gap", um "guarda-chuva que cobre todos os tipos de mídias", criado pelo diretor/roteirista Rosto. (BYS) Quando: hoje, às 22h, no Cinesesc Texto Anterior: Minidocumentário invade o mangue beat Próximo Texto: Artes plásticas: Mitsunashi carboniza o mundo Índice

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