São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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DECORAÇÃO

18ª edição do evento, lançado com quatro meses de atraso por problemas com a Justiça, vai até 2 de novembro

Casa Cor abre hoje e espera público menor

Rogério Cassimiro/Folha Imagem
Sala de estar montada pelo arquiteto Marcelo Rosenbaum, exposta na Casa Cor 2004, que acontece até novembro no Morumbi


CRISTINA FIBE
DA REVISTA DA FOLHA

Abre hoje ao público a Casa Cor 2004, evento que reúne decoradores de todo o país e chega à sua 18ª edição em São Paulo com quatro meses de atraso, depois de muito barulho da vizinhança e de correr o risco de não acontecer.
A organização enfrentou a Justiça, que chegou a embargar as obras em abril, e bateu o pé para fazer o evento no Morumbi (zona sul), mas espera pouco mais da metade do número de visitantes do ano passado: a expectativa é de 65 mil, contra 103 mil em 2003.
O objetivo principal era montar a exposição em zona residencial, em uma casa de alto padrão para "reproduzir o lar de uma família com cinco filhos que recebe muitas visitas", segundo o diretor, Roberto Dimbério. Para conseguir os alvarás, algumas exigências tiveram de ser cumpridas: entrada pela marginal Pinheiros, para não atrapalhar as ruas residenciais, e casa mantida intacta, sem nenhuma árvore a menos.
O acesso é mais difícil do que no ano passado, quando aconteceu em um hospital na Bela Vista (centro), ao lado do metrô. A entrada pela marginal é uma rua feita de cascalho: são 800 metros com direito a lombadas, dignos de um veículo quatro por quatro.
A natureza ao redor parece compensar: na maioria dos 85 ambientes, idealizados por 108 profissionais em 2.900 m2, o verde foi incorporado. O "spa em casa", do arquiteto João Armentano, foi erguido no quintal, e tem dentro um coqueiro.
A vitrine de idéias caras é como a alta-costura. Apesar de ser inacessível para a maioria dos brasileiros, expõe conceitos para todos os gostos, como lustres feitos de contas de cristais Swarovski no hall de entrada, de autoria do arquiteto de interiores Léo Shehtman, e um banheiro para cachorro, de aço inox e porcelanato, com botão de descarga que deve ser acionado pelo próprio animal, idéia do arquiteto Musse Stefan.
O atraso de quatro meses abalou as estruturas do evento. "Os problemas na Justiça dificultaram muito as negociações com os fornecedores, mas acabaram me dando a oportunidade de participar", diz a arquiteta Luciana Moreno, convidada depois que outros arquitetos decidiram se retirar do evento.
Para o arquiteto João Armentano, o lado bom da disputa foi o tempo a mais para o planejamento, apesar do medo de, depois de encomendar materiais, ter o projeto embargado. "A gente comeu o pão que o diabo amassou, mas foi compensador". Resta ao visitante conferir e tirar suas próprias conclusões.

CASA COR 2004. Onde: marginal Pinheiros, km 14,5, Morumbi, tel.: 3819-1411. Quando: ter. a dom., das 12h às 20h. Até 2/11. Quanto: R$ 30. Estudantes com carteira da UNE e UBES e maiores de 60 anos pagam meia. Grátis para crianças de até 12 anos. Estac.: R$ 15


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