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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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EXPOSIÇÃO

Reunião de registros de 31 profissionais, no Centro Cultural Maria Antônia, traz extrato da produção nacional

"Labirintos" mapeiam 50 anos de fotografia


Fotografia de Thomaz Farkas da construção de Brasília em 1958


DA REDAÇÃO

Duas pequenas salas que contêm um extrato de 50 anos de produção fotográfica brasileira é o que se pode ver em "Labirintos e Identidade - Fotografia Brasileira Contemporânea, 1948 a 1998", no Centro Cultural Maria Antônia.
A exposição, que integra o 6º Mês Internacional da Fotografia, tem curadoria do pesquisador e crítico Rubens Fernandes Junior e chega ao Brasil após passar pelo Kumst Museum, na cidade alemã de Wolsfburg, por Berlim (1999) e pela cidade do Porto (2000).
"Minha intenção foi fazer um recorte ressaltando alguns marcos históricos, como as produções de Geraldo de Barros, José Medeiros, Thomaz Farkas e Pierre Verger. É curioso perceber que sempre temos um grupo que se preocupa mais com o fazer fotográfico, com a metalinguagem, e outro que segue uma linha mais documental", diz Fernandes.
O passeio por esses 50 anos de fotografia, embora dificultado pela montagem que poderia ser mais didática e pelo espaço restrito, coloca o visitante diante de algumas obras pontuais. No núcleo histórico, há trabalhos abstratos de Geraldo de Barros, além dos "sócio-humanistas" José Medeiros e Pierre Verger.
Dos anos 60, vê-se o fortalecimento de uma linguagem fotojornalística realçada pela produção dos que atuavam na revista "O Cruzeiro" e, até meados dos anos 70, na "Realidade". Nos 80, surgem agências de fotógrafos independentes que ajudam a impulsionar um fotojornalismo mais pessoal. No exterior, o trabalho de Sebastião Salgado começa a tomar vulto com as fotografias feitas em Serra Pelada.
É na última década, porém, que se constata a grande proliferação de fotógrafos que começam a trabalhar num limite mais tênue com as artes plásticas, como Cássio Vasconcelos, Cristiano Mascaro e Kenji Ota, entre outros.
É nessa década também que surge o que Fernandes chama de "uma nova fotografia documental", nos trabalhos de Tiago Santana, Ed Viggiani, Celso Oliveira e Elza Lima. São fotodocumentaristas que trabalham em conjunto, mapeando algumas regiões do país, e pensam sempre em ter como produto final um conjunto de imagens, como se fosse um documentário que independe do texto. (EDER CHIODETTO)

LABIRINTOS E IDENTIDADE. Onde: Centro Cultural Maria Antônia (r. Maria Antônia, 294, Vila Buarque; tel. 3255-5538). Quando: de seg. a sex., das 12h às 21h, e aos sáb., dom. e fer., das 10h às 18h. Até 15/6. Quanto: grátis.


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