DA REDAÇÃO

Nem todos são independentes -órfãos de gravadoras-, nem todos fazem o mesmo tipo de rock ou chegam a fazer exatamente rock. Mas Autoramas, Ludov, Thee Butcher's Orchestra e Romulo Fróes, que se apresentam hoje em São Paulo, estão reunidos sob o mesmo genérico e vasto guarda-chuva "indie".
Públicos próximos, ralação para manter as carreiras, mas as semelhanças não vão muito além desse ponto. Entre o quinteto Ludov e o trio Autoramas, que tocam no projeto "Sintonia do Rock" do Centro Cultural São Paulo, uma opção pela suavidade e outra pela pegada mais rock separam as duas bandas.
Após abandonar o nome Maybees e as letras em inglês para se transformar em Ludov, o grupo, cujas marcas são as composições do guitarrista Mauro Motoki e a voz de Vanessa Krongold, vem cumprindo temporada de shows para divulgar o pop assobiável de seu EP "Dois a Rodar", lançado no ano passado.
Os cariocas do Autoramas também apresentam no mesmo palco trabalho que saiu em 2003, "Ninguém Pode Parar os Autoramas", o primeiro após terem cortado laços com uma grande gravadora. Mas no som do trio prosseguem as referências à surf music e o punkabilly de Cramps e Man or Astroman?.
Já Romulo Fróes é um dos principais representantes da nova geração de músicos interessados em uma linguagem que tinge o samba de referências indie rock -ou vice-versa. A base de suas apresentações mais recentes é o registro de estréia "Calado", que tem composições em parceira com o artista plástico Nuno Ramos.
Veteranos do indie paulistano, o Thee Butcher's Orchestra, do também Cansei de Ser Sexy Adriano Butcher, toca sua garageira enérgica e competente, com destaque para as faixas de "The Complete B-side Series", com covers para Rolling Stones, Minutemen, Minor Threat, entre outros. O grupo logo em breve deve lançar novo disco, com distribuição européia.