São Paulo, Terça-feira, 02 de Março de 1999
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Pés de laranja sofrem baixa

da Reportagem Local

Como resultado direto da proliferação das duas principais doenças que atacam os pomares, o cancro cítrico e o amarelinho, ambas sem cura, os pés de laranja em produção no país estão sofrendo baixas.
Eram 180 milhões há dois anos. Em 98, esse número caiu para 172 milhões de pés no Estado de São Paulo e em parte do Triângulo Mineiro, regiões que compõem o parque citrícola.
Este ano, devem estar em produção 169 milhões de pés de laranja, indica levantamento do Fundecitrus.
Outro fator que está evitando a renovação dos pomares é a baixa produção de mudas isentas de doenças. Há 50 viveiros produzindo mudas em sistemas telados, inspecionados pelo Fundecitrus. Sete apenas em condições de oferecer mudas certificadas.
O que preocupa o Fundecitrus é a tese de convivência com o cancro cítrico levantada por alguns segmentos de citricultores.
"Nenhum país do mundo conseguiu conviver com o cancro mantendo a laranja como importante segmento econômico", diz Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus.
As exportações de suco movimentam US$ 1,5 bilhão por ano. O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo e o principal exportador de suco.
No país, 330 municípios têm na fruta a principal fonte econômica. São gerados 400 mil empregos.
Júlio Pompei, da defesa agropecuária da Secretaria da Agricultura paulista, diz que uma nova legislação promete ser mais rígida com relação às normas fitossanitárias, para tentar controlar a doença. Serão aplicadas multas de R$ 425 a R$ 8.500 nos citricultores que a desrespeitarem.


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